sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Cheiro de pão francês







Dia 02, ao passar à noite pela frente da padaria da frente de casa, me surpreendi, ela havia se mudado.  Perdi o cheiro de pão sendo assado que eu sentia do apartamento, quando vento mudava de direção. 

Adoro e evito comer pão.  Gosto tanto de pão que já  comi pão como tira-gosto da cerveja. De pão assado na chapa nem se fala. Do pão faiscando na manteiga, Deus do céu!!!

Tem horas que eu vou na área de serviço e vez por outro sobe do apartamento do andar debaixo o cheiro do pão na chapa e não tem uma vez que não comento com minha esposa: estão assando pão no apartamento do João. 

Tanta afinidade com pão,  francês, principalmente,  me fizeram o favor de comprar uma passagem para a estrada da saudade.

No final dos anos 1960, Delzuite Tenório abriu uma padaria em Bom Conselho.  A farmácia do meu pai ficava a uns 50 metros dela e toda tarde eu ia para lá ajudar nos negócios. 

Depois de um tempo, a simples compra de um pão virou quase um vício,  duas e cinquenta da tarde eu me levantava e caminhava para a frente da farmácia. Lá,  como se tivesse bisbilhotando a rotina lenta da cidade, eu ficava de narinas bem abertas.  Só esperando o cheiro do pão quentinho escorregar pela ladeira e me chamar. 

Quando o cheiro invadia a minha alma, eu saia baixeirinho, naquele galope miúdo e sincopado, para comprar o pão e, ansioso, dar algumas pernadas ligeiras para me debruçar sobre a mesa da minha casa e aproveitar o pão quente derretendo a manteiga.  Dois pães,  vinte minutos,  e eu voltava para a Farmácia Confiança contente.

Tem um detalhe que não sei até hoje: se era pão com manteiga ou manteiga com pão?

Por hoje,  vou de café coado e pão  quentinho. Que tal saborear?

Grande abraço, Semana Iluminada. 
Marconi Urquiza 


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