Fonte: educacaofisica.seed.pr.gov.br
No ano passado por ocasião da primeira consulta para alteração do estatuto visando, como foco primordial, ajustar o modelo de custeio da CASSI um grande movimento de oposição se gestou com a adesão de viés espontâneo espalhada pelo Brasil inteiro.
Eu participei do primeiro Não ao fazer uma análise com profundidade das alterações propostas para o estatuto, descobri e revelei por meio desta Crônica na Sexta algumas armadilhas para os associados.
Ao ouvir uma explicação naquela oportunidade de uma autoridade da CASSI, quase por acaso eu notei uma discrepância entre a forma de comunicar a necessidade da medida de alteração do modelo de custeio e a projeção dos resultados financeiros após a implantação das alterações. Tal situação gerou dúvidas, para aclara-las eu fui estudar a parte financeira que projetava um horizonte curto de solução, aí incluído um valor expressivo de redução de despesas sem que um plano para tal fosse mostrado. Havia um descompasso enorme neste aspecto.
A conclusão que cheguei ao terminar esta parte da análise foi: Tem furo naquelas contas. Por causa dessa percepção todo o resto ficou sob suspeição, então me dediquei a estudar todo o estatuto e a proposta de sua alteração, me utilizei dos recursos intelectuais e da internet para fazer as interpretações. Empreguei como apoio na análise a metodologia científica Análise de Conteúdo, um método aprimorando pela cientista francesa Laurence Bardin que estuda ao longo de um período escolhido um grupamento de comunicações formais e/ou não formais.
Foi quinze dias de dedicação exclusiva, cujas anotações em resumo eu inseri em duas crônicas.
Dois pontos ficaram patentes na campanha 2018, todo o foco da comunicação foi para o aspecto financeiro, o aspecto legal, de grande relevância esteve propositalmente desfocado. O segundo ponto, a tática ou estratégia do confronto, quanto mais briga, menos se discute o essencial e assim se prosseguiu até sair o resultado final. O filtro comunicativo foi uma marca daquela "campanha" pelo Sim.
O tempo passou, as dificuldades no gerenciamento da CASSI só cresceram, então, me parece, todos os recursos tecnológicos, de gestão, de negociação foram efetivamente sendo colocado em prática e aquele resultado de economizar que parecia apenas uma promessa de campanha começou a acontecer.
Então veio a segunda consulta (2019), as "pegadinhas" das alterações estatutárias também apareceram. Lembro ter pedido a um amigo que me enviasse a proposta do novo estatuto antecipadamente para eu fazer uma leitura. Bem, tal proposta só foi divulgada quando a campanha estava aberta e aí, muitos foram em cima do que estava escrito e fizeram outra campanha pelo Não.
Dias depois do resultado ter sido divulgado em maio deste ano eu conversei com um colega sobre as duas campanhas, lembro que disse-lhe na ocasião que interpretava o resultado da segunda "derrota do sim" como uma herança pela forma como a campanha da primeira tentativa de alterar o estatuto havia sido conduzida e, que, por causa dela se desenvolveu uma desconfiança cavalar nos associados para tudo que vinha dos gestores da CASSI que se comunicavam conosco, especialmente pela leitura corrente que as propostas apenas atendiam aos interesses do Banco do Brasil.
Uma das minhas interpretações para o fracasso das consultas é que a diretoria eleita meses antes da primeira consulta em 2018 colocou a sua cara no projeto e, possivelmente, não se inteirou do conteúdo da proposta a ser apresentada naquela ocasião. Levando-me a interpretar que acreditou que o seu capital político conquistado na citada eleição lhe daria respaldo para bancar as alterações estatutárias além da mudança do modelo de custeio.
Senti na ocasião que havia um clima favorável para rever o modelo de custeio, me pareceu que esta medida corria quase consensual na consulta de 2018 e porque em 2019 houve contestação deste "consenso"?
Senti na ocasião que havia um clima favorável para rever o modelo de custeio, me pareceu que esta medida corria quase consensual na consulta de 2018 e porque em 2019 houve contestação deste "consenso"?
Não tenho resposta.
Abraço,
Marconi Urquiza
Crônicas anteriores que tratam da CASSI:
O que mais não foi dito
A mensalidade da CASSI
A nova governança da CASSI
Narrativas em conflito
O imbloglio da CASSI