Ontem o amigo Loyola se foi. Há alguns meses descobriu um tumor no pâncreas. Ao saber da notícia, no início da noite, de sua partida, caiu aquela tristeza, um certo rubor da emoção contida assomou o rosto e eu parei por um tempo o que fazia. Fiquei refletindo e recordando dos encontros semanais e comecei a lembrar do seu sorriso discreto, contido, suave. Da sua voz pausada, de um timbre de voz de quem passou a vida como se qualquer ofensa tivesse tirado de letra. Enfim, ele transmitia paz.
Já passados dos 60 conheci Loyola que tinha mais de 70 anos e não parecia ter essa idade, pela aparência mais jovem, pelo vigor físico que jogava futebol três vezes por semana. E jogou regularmente até descobrir a doença, já com 78 anos.
Um dia, em 2018, comecei a participar dos treinos de futebol para os jogos de aposentados do Banco do Brasil e por ser incluído no grupo de Whatsapp tive a oportunidade de distribuir as minhas crônicas. Um tempo depois, nos encontros após as peladas da AABB de Recife a literatura entrou nas nossas conversas. Ele era contista e várias vezes narrava as suas criações, descrevia os contos como em um filme, falava de pormenores da construção do texto e da memória de suas histórias. Tinha predileção por contos com mensagens de fundo filosófico.
Em algum momento tive a confiança dele para ler os seus contos e opinar sobre eles, como em uma leitura crítica. Acreditando que ele tinha o suficiente para lançar uma coletânea em livro, me ofereci algumas para ajudá-lo nessa empreitada; sorria e nada dizia.
Mas indo para o lançamento de um livro ontem à noite eu ia pensando, buscando dentro do coração as melhores lembranças dos nossos encontros semanais com vários amigos: Loyola, Valter, França, Joãozinho, Lula Sandes, Carlinho Sandes, Marcelo, Dilson, entre outros amigos. As conversas leves, que nos fazem sorrir. Eram conversas daquele dia, alguma lá do passado, cheias de humor e vinham para o presente, ao final do encontro nós saíamos mais leves, prometendo nos encontrarmos na próxima quarta-feira.
Agora que a saudade vai ocupar os nossos corações, lembrei-me de algumas coisas que nos uniram: o futebol, a cerveja com muito bom papo, a mesma empresa em que trabalhamos e o clube que propiciou que nos encontrássemos vivos e no tempo dessa vida.
Grande abraço ao Loyola.

Crônica de hoje remonta saudades, vivências e convivências com pessoas amigas e parceiras de papos, contos, histórias, jogos, ... e que um dia parte para junto do Criador deixando as boas lembranças.
ResponderExcluirSócrates deixou o seguinte pensamento: "Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses."
Que o mestre Loyola reine no mundo espiritual, pois aqui guardou a fé e combateu o bom combate.
Valeu Marconi. 🤝
Oceano, muito obrigado por sua sensibilidade.
ExcluirRelatar encontros e conversas com amigos é um gesto dos nobres que consigo carregam a essência da amizade. Um texto com sabor de convívio harmonioso.
ResponderExcluirAdemar, muito obrigado por sua sensibilidade.
ExcluirMuito lindo um momento de descontração nesses encontros e de felicidade! Ficaram lembranças maravilhosas e a saudade 🌻
ResponderExcluirMuito obrigado pela sua sensibilidade.
ExcluirPerfeita descrição de como a gente percebia Loyola. A crônica de hoje é um abraço. Parabéns , Marconi! Feliz quem tem um amigo capaz abraçar, mesmo após a partida....
ResponderExcluirPaula, muito obrigado pela sua sensibilidade.
ExcluirParabéns pela bela homenagem ao colega e amigo Loyola!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário.
ExcluirParabéns para crônica e pela homenagem a Loyola. Infelizmente, por ser de uma geração mais jovem que a dele, não tive a oportunidade de conviver muito tempo com ele. De todo modo, sei que ele cultivou e manteve muitos amigos aqui na AABB e que, com certeza, vai deixar muita saudade.
ResponderExcluirDescanse em paz, Loiola.
Muito obrigado.
ExcluirDeste convívio fraternal, ficou o legado da amizade, belo registro.Que Deus console o coração dos familiares e amigos
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário.
ExcluirSensibilidade, admiracao e homenagem a um.colega que se foi para vida eterna.Parabéns Marconi, pelas palavras escritas que mostram um.pouco do seu legado!
ResponderExcluirMuito obrigado por suas palavras afetuosas.
ExcluirMarconi, hoje você nos traz uma belíssima crônica, mesmo que revestida de uma tristeza pela partida do Loyola para outro plano.
ResponderExcluirVocê, muito além de prestar uma homenagem ao Loyola e narrar um exemplo de vida, nos transmite o significado das amizades, sobre encontros para boas conversas, compartilhamentos de momentos mesmo que sejam os mais simples e também refletir sobre o que realmente importa na vida e nos faz bem.
A grande lição, que muito provavelmente remeteu cada um de nós às nossas próprias vidas e amizades, é nos convidar para aproveitarmos os momentos enquanto ainda podemos, mesmo os mais simples que sejam, pois todos fazem a vida valer a pena.
Marconi, parabéns pela crônica “ADEUS,” é bastante emocionante.
Nelson, muito obrigado por sua sensibilidade.
ExcluirObrigada, Marconi por esse presente. Fiquei emocionada. Loy foi luz aqui e continuará iluminando de onde estiver. A amizade do grupo quer-se encontra e realmente muito linda.
ResponderExcluirRosângela, muito obirgado por suas palavras.
ExcluirComo filho de Loyola, me emocionei com suas palavras. Bom saber que meu pai tinha amigos como vc, e era tão querido.
ResponderExcluirUm grande abraço
Marcus, muito obrigado por seu comentário. Loyola tinha e tem muito afeto de um grupão de amigos. Dono de um humor refinado nos fazia rir todo começo dos encontros semanais. Abração.
ExcluirAmigo Marconi! Com muita sensibilidade e apesar da tristeza, você falou do amigo Loyola, com muita leveza e saudades. Sem palavras! 🙏🙏🙏
ResponderExcluirBrandão, muito obrigado por suas afetuosas palavras.
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