Fiquei curioso e fui ampliar o meu entendimento. Consegui entender um pouco do termo. Há dois tipos de Haters ou Odiadores: o que agride e se sente forte por isso, e, o hater profissional, aquele que cria situações voltadas para objetivos, geralmente políticos.
É um bulliyng em escala super ampliada e velocidade do pensamento.
Ouvi explicações é que tais pessoas são dominadas por sentimentos de frustrações, inveja, preconceitos ou outras concepções despertadas por alguns algoritmos. Sem deixar de citar que há pessoas que são apenas más.
No ano passado, em setembro comecei a imaginar um projeto de um romance envolvendo haters e suas consequências. Por causa disso me pus a ler e até reler alguns artigos.
O primeiro livro que li, tem muito tempo, despertou a curiosidade sobre os crimes da internet, os dos hackers. Em Mercado Sombrio, o cibercrime e você, Misha Glenny faz uma análise de quanto nós, individualmente, podemos alimentar esse processo.
Quando a curiosidade sobre o tema voltou a acordar, comprei mais cinco livros, alguns focados nas ações dos hackers. Não buscava a técnica, mas o modo de pensar. Dentre esses livros, li um, no qual anotei minhas impressões, que foi “Os engenheiros do caos”. Nesse, o foco do estudo são os algoritmos criados para influenciar as eleições. EUA, Inglaterra, Itália e até no Brasil.
Achando que deveria ir atrás de mais conhecimento, comprei o romance de nome sugestivo e que se aproxima das consequências que a reportagem do Fantástico trouxe: o suicídio do filho da cantora Walkyria Santos, Lucas. No romance O Tribunal da Quinta-Feira, Michel Laub narra uma situação de tamanha complexidade e consequência.
Aí veio a semana da pátria, corolário de muitas outras situações, algumas em que com denúncias de haver sequestro das cores, dos símbolos e das datas nacionais por grupo de uma corrente política, que não larga uma certa forma de pensar. Tal como alguém que encucou, travou em uma ideia, que se tornou impermeável a qualquer reflexão.
Há uma frase no livro que leia a alguns dias, cuja autora fala na sigla ADM. Ela se fez entender que ADM, tal qual se julgou que o Iraque de Saddam tivesse, é uma arma de destruição em massa.
ADM, é para Cathy O´Neil, Algoritmo de Destruição em Massa. São construções de programas de informática que se utilizam de técnicas avançadas de detecção de fragilidades, necessidades, desejos, entre outros sentimentos, para impulsionar as pessoas a comprarem além das suas necessidades e condições.
Tudo feito, tudo articulado para enriquecer uns poucos, ou empresas, sem a menor preocupação ética e até legal.
Vamos voltar à questão do sequestro de símbolos e sobretudo do sequestro da subjetividade, que uma vez dominada, tudo o que for diferente, fica de fora dessa bolha. Tudo que está de fora dela é motivo para ser agredido, mesmo que o pensamento encucado seja feito do pior bom senso.
Com a visão distorcida, julgamos tudo nosso como certo e tudo que for o pensar diferente é fator, para os mais radicais, de agredirem os “opressores do seu melhor pensamento”.
Aí, volto para entrar na questão dos haters e seu ódio sem causa, insano. Já que não há controle sobre isso, a ponta que tem que se proteger é você mesmo, em caso contrário pode se tornar uma vítima.
Lembre de algo muito importante, parafraseando Sigmund Freud: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Quando alguém critica tão violentamente outrem, está criticando a si mesmo.
Não ler e se desligar do escrito, bloquear os comentários, ou agir como ex-cantora Gretchen, que responde com o mesmo tom as agressões, sem se importar com o que digam sobre ela.
Importa dizer, se tal problema ocorrer com você, saia por uns tempos da internet e deixe os maledicentes falando só. Colha, colha provas, se desejar, denuncie essas pessoas à polícia, é preciso que o agressor perceba que se “é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”.
