Foi tempo de uma desconstrução que dava para sentir saudade de Toninho Malvadeza, o Antônio Carlos Magalhães, famoso por utilizar a desconstrução fascistoide de seu alvos. Tudo feito metodicamente, palavras bem colocadas, ações realizadas com rigor científico para manter a população alimentada pelo grotesco, pelo fuzilamento moral, desencadeadas em períodos regulares. Tudo parecia tão verdadeiro, tão cheio de certezas, tudo tão cheio de virtude que acendeu a paixão do brasileiro, com maior ênfase pelos que tinham o poder de fazer justiça, o desejo de justiçamento.
E tudo era acompanhando com avidez todas as noites. Nem a mais foda das novelas teve tanta audiência e tanta expectativa. Muitos se sentavam no sofá para receber a sua dose de diária de informação desinformante. E muitos brasileiros ficaram ávidos, não queriam mais justiça, queriam sangue, vingança e ódio e isso foi crescendo e se tornando o Novo Normal. Odiar era chique, era verdadeiro, parecia expressão de um pensamento livre, mas não era. O pensamento já estava doutrinado.
Há quatro anos o vulcão começou a fumegar, o alinhamento se formava em um subconsciente da unidade de um pensamento que o pais precisava mudar, que o novo seria a redenção. Era tanta gente cheia de certeza que ficou que ouvir com bom senso era impossível. Mas para que bom senso? Para que? Se a certeza já existia. Quando estamos certos não precisamos pensar só agir. Impenetrável aos fatos que começavam a mostrar um horizonte difícil.
O vulcão explodiu e soltou para todos os lados a sua lava. Não sei se o desejo ou esperança continuou a mover a maioria. Moveu e remexeu em tudo. A certeza, capitaneada pela doutrinação do pensamento, manteve-se firme no domínio.
Aí ocorreu um dilúvio com nome e sobrenome, a arca estava maior e sem Noé para conduzir até que água baixasse.
Pois bem, é preciso pensar nessa coisa difícil chamada política, um angu que tem todos os matizes e em todos os agrupamentos humanos.
Política é parte
integrante
Das ações do dia a dia
É muito mais que
debate
As vezes é
escorregadia
Não é de esquerda,
de direita,
Centro nem ideologia.
(Ademar Ferreira)
Abração, Marconi Urquiza