sexta-feira, 25 de junho de 2021

A bondade, a ternura, a mansidão.




        Hoje, no blog. Com vocês!

        Tarcizo Leite, com seu lindo poema e Lúcia Ribeiro com a doce captura de um instante da vida.

        Desejo a todos uma prazerosa leitura.
                                                                 Marconi Urquiza


A solidão daquelas paragens

palpável

se sentia desde longe, da outra margem,

do rio.

Os assobios das cigarras carpideiras

atravessam as matas fechadas, prenhes de calor, e mistérios.

Vivia só,

Deu prá viver na mais completa solidão que houvesse de ser

não triste

não rançoso ou melancólico

que a labuta não lhe permitia

e ao ver,

sorria, mais do que boca, os olhos

puros

cristalinos

estalando de tantos azuis, sorriam

- teria tido um mar, por lá dentro a marulhar?-

A bondade, a ternura, a mansidão

estavam por lá, com ele

sempre e desde os sempres.

Houvera uma dor, lancinante,

a perpassar-lhe as entranhas

de longas datas, de longes longuras

do coração

de amores.

Na mira, por sobre o cano longo da espingarda sempre armada

viam-se as paragens, vultos,

de acontecimentos fortuitos, de cravações incompreendidas

que marcaram seus descaminhos.



    Nunca fui muito persistente na continuidade do exercício físico. As interrupções são contínuas. Começo por uns meses, me animo, e me prometo nunca mais parar, porque em poucos dias, já começo a me sentir melhor. Porém encontro com facilidade, motivo para dar aquelas paradinhas, cujo reinício é adiado. É a velha história, “segunda-feira recomeço”, “próximo mês recomeço”.

    Chega um momento que as roupas ficam mais apertadas, a barriga mais saliente. As exigências médicas de controlar a alimentação e o peso. Então, recomeça o ciclo. Uma busca no guarda-roupa, umas peças novas para animar e realçar a necessidade que nós, modernos, criamos de incentivo pelo consumo.

    Encontro em Dráuzio Varela, a explicação de o porquê da preguiça para se fazer exercício. Ele diz que o cérebro humano foi moldado em um tempo onde a comida era rara, por isso a tendência que temos de comer o máximo. Afirma também que a atividade física é contra a natureza humana. Em minha experiência e observação, pessoas que compreendem as do grupo ao qual eu pertenço, têm muito prazer em comer e é preciso muito esforço para construir uma rotina de exercícios.

    Embora Dráuzio generalize, vejo pessoas que praticam alguma atividade por anos. E como eu as invejo. Acho que existe cérebros mais adaptáveis, ou são herança de ancestrais onde a comida era mais abundante.

    Já tentei academia, natação, hidroginástica, caminhada em praias, ruas, parques e nos tempos atuais, há as inúmeras opções por vídeos na internet. Mas no passado, em que minha filha tinha entre quatro e cinco anos, usava as velhas fitas de vídeo em VHS.

    Um dia, estava eu na sala, diante da televisão, em mais uma sessão de ginástica, quando percebi que estava sendo observada por ela. Ela estava curiosa, observando. Aí eu perguntei se eu estava igual à moça na televisão. Ela olhou a moça, olhou para mim, voltou para a televisão e para mim e disse:

    — Tu vai ter que fazer amanhã, e depois, e depois, e depois.

    Bem, a moça era Luísa Brunet. Eu nem tinha a pretensão de ficar igual, mas que filha exigente, viu?

O poder revela ou transforma uma pessoa?

  imagem: Orlando/UOL.            Um papo na última segunda-feira entre aposentados do Banco do Brasil que tiveram poder concedido pela empr...