recebi um telefonema do amigo Djalma me perguntando como eu estava, pois passei duas sextas-feiras sem escrever. Estou bem, passei por uma Covid leve, viajei para Balneário Camburiú.
Vou escrever aqui o que lhe disse. Já há muito tempo, muito, eu venho me perguntando o que os meus escritos contribuem, se levam alguma coisa de útil. Senti que não estava acrescentando nada.
Então resolvi pensar um pouco sobre isto, parando de escrever.
Outro aspecto, é que a minha rotina se transformou de modo forte à partir de julho de 2021. Comecei a gerir a empresa do meu filho. Entrou uma rotina, em que há dias de grande intensidade, muitas horas trabalhando, até em horários fora do horário comercial.
Junto a isso a necessidade de aprender sobre a gestão de microempresas, marketing digital e todo relacionado a esse negócio. O uso de um tempo que extrapola ao real, vai na ocupação da mente, tomando o espaço de outros pensares.
Isso parece simples, mas sozinho é uma carga que tem exigido de mim uma organização que luto em ter, pois esta é uma enorme deficiência.
Além destes aspectos, de fevereiro para cá tive que rever todo o livro Decisão de Matar, recebi feedbacks que era preciso corrigir falhas.
Agora o tempo mental anda ocupado demais com o romance O Último Café do Coronel, que não é uma biografia, não é autobiografia, mas se utiliza de eventos reais para criar livremente uma ficção. Talvez saía um ótimo, talvez seja apenas um livro medíocre.
Da escola do gigante da crônica, Antônio Maria, eu preciso readquirir a capacidade de transformar miudezas do cotidiano em pérolas, como esta parte de uma crônica dele:
“O bom homem me chama para ver seu restaurante... Por que os garçons de bigode? Não me entende. Explico-lhe então que padre, garçom e índio não podem usar bigode. Fica pensando. Bota o dedo na boca e pensa mais. Não sabe se estou brincando ou falando sério. Pergunta-me porque não pode. Explico-lhe que é esquisito ,tanto quanto jogador de futebol de óculos, criança tomando café pequeno. Chama o maître e dá a ordem: “Ou tiram o bigode ou vão embora"
Assim, vamos tocando.
Abração a todxs.
Marconi Urquiza.
O antigo, autodenominado, Filósofo do Agreste.