O QUE LHE ATRAI NESTE ANÚNCIO?
Há muitas pessoas que são altruístas, outras que compartilham quando estimuladas, várias quando algum fator interno se move e a pessoa começa a desejar dividir o que crer ser o melhor de si. De certo modo isto ocorreu comigo.
Quando em completei 25 anos de trabalho comecei a imaginar, o que vou fazer com toda essa experiência, morrer comigo? Foi um período de muita reflexão. Eu pensava como levar parte disto para meus filhos, compartilhar com eles um pedaço dessa vivência e dar-lhes alguma coisa que os fizesse amadurecer mais cedo.
Também comecei no trabalho a tentar compartilhar o que sabia, alguma cultura pessoal e, principalmente, da cultura da empresa para meus colegas. Algumas vezes eu ficava imaginando que a gestão de conhecimentos que a empresa fazia apenas captava o que se sabia pelos canais oficiais, o que corria de vivência pelos corredores, papos informais que viralizavam, não chegava a esse núcleo gestor. Hoje, penso, que foi por causa das deficiências da comunicação, no processo e não dos meios, dos filtros cognitivos, do comportamento que se revelava arrogante, de se achar dominavam este saber, ou de algum modo pela ânsia de influenciar e sobretudo pela incapacidade de ouvir e sentir. Tudo isto, entre muitos outros aspectos, que diminuíam a captação da experiência real no trabalho.
Nesse intuito, de fazer certas experiências ganharem maior repetição, nos termos de hoje, viralizarem, eu vi vários falsos esforços em compartilhar experiências bem sucedidas, digo falsas, por que o que era transmitido apenas tocava na parte final, o resultado "fenomenal", sem trazer o contexto, tão importante para uma adaptação por outros profissionais a situações reais de trabalho.
Com o passar do tempo compreendi que era para ser apenas isso, dizer, por meio subliminar, que aquele sucesso deveria ser seguido, que todo mundo deve trazer os mesmos "números", e, infelizmente, como isto deu vazão aos "milagres de desempenho". Como deu vazão a rios cheios de falsos números. Mas quem se importava? Este perfil estrito tem similaridade com o que se vê na internet nos dias atuais.
Saindo desse mundo restrito e caindo em um, em que a tecnologia vai desempregando com a velocidade de um carro de fórmula 1 e vai jogando levas de pessoas que viverão com renda menores, subempregados, trabalhos avulsos e que provocarão na economia uma concentração de vendas de produtos mais elaborados para um grupo cada vez menor de pessoas. Não vou me aprofundar nisso, mas para amenizar, ajustar e oferecer alternativas, que o capitalismo voltado para si mesmo não consegue, precisamos do Estado.
Pegando o gancho sobre este curto parágrafo em que citei a tecnologia. Pois bem, por interesse, curiosidade e desejo de conhecer mais, eu comecei a estudar sobre uma face específica que a tecnologia da informação dispõe: o marketing digital. Há muita gente compartilhando o que sabem. Há todo tipo de perfis, os genuínos em ajudar, outros para ganharem a simpatia e reconhecimento, muitos apenas para experimentar e há, os negociantes, os profissionais.
A razão desse interesse foi, após concluir um livro, a preocupação em ter leitores. Era como se fosse uma vacina para a frustração dessa perspectiva de não ser lido. Em uma visão otimista, ter 1000 leitores; sendo realista, 100; no desejo megalomaníaco, 10.000.
Por causa disso comecei a tatear, nos primeiros trinta dias o esforço foi em vão, pois eu não sabia o que procurar. Fiz um curso, Textos que Vendem Livro, depois fiz outro que tratava do Storytelling, achei um curso no Senac, também EAD, mas ao vivo e à partir daí eu comecei a ter um direcionamento. Comecei a transformar uma picada em um caminho, agora estou tentando chegar na rodovia.
Por exemplo: CANVA (www.canva.com.br) é uma plataforma de compartilhamento de criações - parte gratuita, parte paga - para Facebook, Instagram, anúncios, blogs e toda gama de veículos onde as pessoas podem se apresentar nesse mundo digital.
Se houver necessidade, tem muita gente que divulga seus trabalhos de graça, outros que "monetizam". Isto é: se o que a pessoa postar tiver seguidores e audiência, ela pode ganhar com isto. Não são remunerados de imediato, primeiro compartilham centenas de vezes. Até tem muita coisa útil, mas há também armadilhas.
Nessa busca para aprender como dizer e ser ouvido: "Olhe, sou escritor, meu nome é Marconi e meu livro é tal!". Nessa tentativa, no início de setembro ocorreu comigo uma habilidosa indução e só não tive a despesa porque o cartão bloqueou a minha compra de um curso. Importante, só vi depois que ele não serviria para os meus objetivos. O que aconteceu foi que eu entrei para ver uma série de lives sob o título Maratona do Escritor (*). Nelas uma consultora do mercado editorial e de marketing pessoal falaria de graça como poderíamos vender nossos livros, sermos um escritor de sucesso.
Quatro noites. Na primeira, bom conteúdo, da segunda em diante a argumentação mudou e o conteúdo que interessava foi sendo cada menos oferecido, até que no final do quarto dia!!! Booom!!! Estava caído em uma espécie de armadilha. Estes quatros dias haviam criado em mim um desejo imenso de ser bem sucedido e o toque final para isto era comprar o treinamento, que começou a ser citado já no segundo dia e que finalmente foi oferecido, com desconto, no final do quarto dia. Tudo isto depois de criar uma expectativa crescente em todo o período. Tudo muito inteligente, bem aplicado e bem articulado.
No dia seguinte, não ocorreu a comum frustração de se achar que foi convencido a uma compra que não atenderia à necessidade. Bem, só o acaso não me fez comprar o curso e à partir daí eu comecei a pensar que é preciso conhecer melhor o que rola na internet e ter algum foco específico nesse mundo das redes sociais e seus negócios agregados, para não gastar os recursos de modo ineficaz. Isto ocorreu comigo em outras circunstâncias, agora estou usando essa experiência para quando eu tiver certeza do caminho a ser trilhado e poder empregar bem a minha grana curta.
O marketing digital e os negócios da internet em geral pode ser um caminho para curiosos, mas não um caminho para amadores, pois o curioso vai achar o que deseja, o amador vai cair na mão de espertos experts, que usam as nossas próprias carências e deficiências para nos induzir a uma decisão que tende a não agregar tudo que desejamos ou, nada agrega.
Lembrou do anúncio no início da crônica?
Abração, Semana Iluminada.
Marconi Urquiza
Sobre imagem de abertura. Criei no www.canva.com.br especialmente para esta crônica.
Veja este vídeo:
Narração de uma processo enganador, leia os comentários no link abaixo:

