A primeira coisa que chamou a
atenção foi o tamanho descomunal, melhor, a largura descomunal.
Seis da manhã, casa de praia e
aquele equipamento estava inoperante. As vinte pessoas hospedadas começavam a
despertar.
O primeiro a tentar uma solução
desceu o primeiro andar e disse ao dono da casa:
— O banheiro está entupido.
— A descarga é fraca. Tenta várias
vezes
— Já tentei.
— Vamos lá.
O anfitrião subiu na frente e o
hóspede em seguida. E tome descargas, quando chegou na sexta, a desistência. Se
correu para o balde. O choque de força não funcionou.
Nessa altura o caso tinha virado uma
celeuma, um conclave se formou, pelos menos quatro, cinco pessoas vieram olhar o que
estava gerando tanta preocupação.
Em certo instante o anfitrião disse:
— Já sei.
Foi no quintal, por lá procurou uma
ferramenta, subiu e começou a cutucar. Mas o negócio resistia, até que um disse
para o conclave:
— Quem terá sido?
Aí um observador, que havia chegado
para saber que reunião era aquela, respondeu:
— Tem cara de painho, ele faz uns negócios
desse tamanho.
Por trás, pisando de fininho, chegou
o pai, fazendo caras e bocas, mão aberta sobre o peito, olhos esbugalhados e balançando
o dedo ao dizer:
— Eu, eu não! Vou torando
devagarinho.
Nessa altura o caminho já estava
livre e perfumado e as pessoas rindo.
*
Essa é uma história que prometia
narrar há muito tempo e não é nova. O tempo corre com ela há 21 anos. Ela veio do
lado alegre de uma família onde o bom humor é a ordem das coisas, uma família
que se despediu de um dos entes mais amados nesta semana. Até fiquei imaginando D. Edite, serena como sempre, alertando o esposo, se tivesse visto aquela cena: Sissi!
