sexta-feira, 2 de agosto de 2024
Sport Club Caraúbas e outras aventuras
sexta-feira, 26 de julho de 2024
Meu emprego devo às folhas
sexta-feira, 5 de julho de 2024
Não era mentira e nem era verdade
sexta-feira, 21 de junho de 2024
Bastidores ou quase um Make Off
Essas lembranças o fizeram sorrir e ele
começou a se balançar na cadeira de madeira clara.
sexta-feira, 14 de junho de 2024
Por onde andará Formalidade?
Diversas vezes vi um personagem do mundo da bola da AABB Recife ser criticado, em tom de gozação é comum se escutar: Aposto que ele nem suou a camisa. Tal é falta de empenho ou a sua forma de jogar incomoda as pessoas.
Aí hoje estava passeando por estas e outras memórias quando parei em um nome: Formalidade.
Formalidade foi o apelido que coloquei em um colega da Faculdade de Zootecnia na UFRPE. Estivemos por ali entre 1979 e 1981, quando ao final do ano saí e os rumos não mais se encontraram.
Lembro que ele chegava todo arrumado na sala de aula. Camisa passada, colocada dentro da calça, barba sempre feita. Todo alinhado, palavra comum na época para dizer que uma pessoa estava elegante. Destoante das roupas mais desarrumadas dos demais colegas de curso.
Ele era assim.
Em uma das nossas conversas no intervalo entre as aulas, ele contou que não tinha mais a mãe, morrido há alguns anos. Passou rápido uma tristeza pelo seu rosto, logo lembrou de algo que o fez serenar a expressão.
O papo prosseguiu e ele falou que sua família era praticamente ele e o pai, a quem ajudava, pela manhã, em um restaurante popular na rua de Santa Rita, em Recife. Na época, vizinha a Rodoviária do Recife. Outros assuntos entraram, mas ele deixou escapar que não tinham empregada e que tudo na casa era feito pelos dois. Que era preciso deixar tudo em ordem. Ali comecei a compreender um aspecto peculiar e forte nele, a organização.
Logo no primeiro semestre tivemos a disciplina de Educação Física, e o professor foi nada menos que o árbitro que apitou o jogo do milésimo gol de Pelé: Manoel Amaro de Lima. Sujeito bonachão, mas que deu uma sova nos novinhos sem nenhum preparo físico. Era gente toda dolorida, dias a fio, eu também.
Alguns meses depois foi lançado o campeonato interno de futebol de campo entre as turmas e cursos da UFRPE. Eu estive nele e Formalidade também no time de Zootecnia. Um time sofrível, mais lutador que técnico. Até em um jogo contra um dos times de Agronomia ganhamos por 4 x 2. Um jogo memorável. Tínhamos um jogador. Era meia, era meio volante, era meio atacante, com um gás imenso, que fez 2 gols.
O campeonato atravessou o período das chuvas do Recife. Era muito comum jogar com o campo borrado de lama. Além de tudo isso, naquele primeiro ano, todo mundo era obrigado a jogar descalço. Aja queda, eu mesmo levantei voo quando nosso lateral escorregou e me pegou em cheio.
Era assim, o mais limpo só tinha a cabeça sem lama, o resto, tinha alguma parte do corpo sujo, menos um jogador de nossa equipe. Era como ele não tivesse em campo, assim era o uniforme de Formalidade. Saia do campo tão limpo quanto havia entrado, ele corria soltando as poças de lama, depois corria em campo sem nem tocar na bola.
Na falta de jogador, todo mundo contava. Mas vamos ao apelido. Ser organizado e um tanto formal, era o perfil dele. Aí um dia a gente estava se arrumando para ir para casa após um jogo com o campo seco e eu prestava atenção em como ele tirava a roupa de sua bolsa de couro a tiracolo. Era tudo arrumado, cada coisa em um lugar, nada deslocado, tudo bem dobrado, tudo era bem organizado, até a roupa usada. Era tão organizado que ele colocava mão na bolsa, sem olhar para dentro e tirava dela o que precisava.
Não sei como, de repente veio a palavra Formalidade, dali em diante ele trocou de nome entre os colegas mais próximos na faculdade.
Sabe aquele episódio do início, ele me fez lembrar de Formalidade nesta semana. Ao longo dos anos, vez por outra a sua lembrança vinha, exatamente por ele correr em campo saltando as poças de lama e água. O danado é que o nome de batismo teimava em ficar no anonimato e ficou assim mais de 30 anos. Até a última terça-feira.
Pois bem, por onde andará o amigo Gilson?
quinta-feira, 18 de abril de 2024
O "Desaforo" e a "Desforra" (Irã x Israel)
sexta-feira, 5 de abril de 2024
É sobre um fã de Gabriel Garcia Marquez
Fiz algumas leituras nestas duas semanas que me deram uma certa saudade. A primeira leitura foi o romance Em Agosto nos Vemos, de Gabriel Garcia Marquez. Uma história tão curta e tão boa que fiquei com a sensação de "quero mais". Outras duas leituras foram textos em que os escritores falam de um ponto dos seus passados que os alegrou, deixou um que de saudade como o sabor da rapadura sugada lentamente.
Terminei o livro e me pus a folhear as informações sobre a carreira de Gabo, a lista dos seus livros e fui cair em um final de semana de 1984, que por falta de grana não fui para Recife, onde todos os colegas solteiros viajaram e fiquei só todo o final de semana na república. Mas naquela sexta-feira um colega havia me enprestado Cem Anos de Solidão, leitura finda no domingo à tarde. Dois dias de leitura, sem precisa de um dicionário. Fiquei ao mesmo tempo contente e desapontado, "como é que uma família se acaba em 100 anos?".
Alguns dias depois da leitura voltei a passear pelas páginas do Em Agosto nos Vemos e parei na página da enumeração das obras do autor. Aí fui contar. São vinte romances. Li 13. Imaginava que havia lido apenas 10 romances. São eles.
- O amor em tempos de cólera - livro lindo sobre o amor que persiste até a velhice;
- Cem anos de solidão - famoso;
- Crônica de uma morte anunciada - ao ler parecia que via a um filme, tamanha a perfeitção narrativa;
- Em agosto nos vemos - as aventuras amorosas de uma mulher na meia idade;
- Os funerais de Mamãe Grande - li em espanhol, levei 6 meses. A maior teimosia com um romance;
- O veneno da madrudaga (A má hora) - li, também espanhol, mais 90 dias teimando. Onde a fofoca e a mentira tira um povoado do prumo.
Estes três romances me parecem com uma temática parecida, a velhice, a perda do poder e um certo abandono que os personagens têm quando idosos, são eles:
- O general em seu labirinto;
- Ninguém escreve ao coronel e
- O outono do patriarca.
Sabe, anos depois quando comecei a escrever romances, o estilo de Gabriel Garcia Marquez havia se impregnado na minha alma e eu, sem perceber, escrevia em um estilo que se assemelhava ao dele. Não digo por mim, mas de opiniões de amigos que leram os meus romances me deram. Claro que fiquei feliz, muito feliz. E também sendo sincero, fiquei surpreso. Hoje penso que entendo, depois de ler 13 livros dele, 11 dos quais em poucos anos, alguma coisa haveria de ficar, além do enorme prazer de passear por todas as suas histórias.
Ao ler Em Agosto nos Vemos voltei a passear pelas vidas emanadas pela maestria de Gabriel Garcia Marquez. Se não leu, escolha um, se não tem paciência para romances grandes, leia Crônica de uma morte anunciada ou Em Agosto nos vemos, se o amor lhe atrai, vá em O amor em tempo de cólera. Mas leia, o Gabo é bom demais.
Por hoje é só. Abração.
Marconi Urquiza
Em tempo:
Os abaixo não lembro os enredos:
- A incrível e triste história de cândida Erêndira e sua avó desalmada;
- Memórias de minhas putas tristes;
- Notícias de um sequestro;
- Do amor e outros demônios.
O poder revela ou transforma uma pessoa?
imagem: Orlando/UOL. Um papo na última segunda-feira entre aposentados do Banco do Brasil que tiveram poder concedido pela empr...
-
Por Djalma Xavier. Pra começo de conversa, trago dois personagens que tem algo a nos ensinar e ilustram bem as questões principais...
-
Sábado passado me larguei de Recife no meio da tarde e fui a Bom Conselho. (284 km). Fui por que o amigo Antiógenes me incluiu e...
-
Ontem o amigo Loyola se foi. Há alguns meses descobriu um tumor no pâncreas. Ao saber da notícia, no início da noite, de sua...




