
A morte por suicídio do colega Flaviano do Banco do Brasil trouxe para todos os seus amigos e conhecidos uma surpresa ruim, depressão, imagino que tenha sido esse o seu mal.
A atenção a esse mal depende tanto da pessoa, quanto das pessoas próximas, da família, de quem ama o doente e, talvez, também da empresa.
Ao contrário do pensamento de alguns, a depressão não é coisa de gente fraca, ela pode ser orgânica ou psicológica, de toda forma ela depende de bons profissionais para a sua cura, depende do doente, depende da sua esperança, de seu propósito de vida, depende da família, depende dos amigos, depende dos colegas. Enfim, muitos podem ajudar.
Mas o silêncio que ela acompanha vem da vergonha da pessoa dizer que a tem, vem, muitas vezes, da frieza como a pessoa é recebida e seu mal é encarado.
No meio corporativo se alguém revelar isso é visto, quase sempre, como fraco. Diante dessa realidade quase todos se calam e aprofundam a sua angústia, pois....
É preciso ser macho, é fundamental mostrar-se uma fortaleza, é preciso esconder o choro, é preciso ser o super-herói, pois desejar alguma compreensão de seus companheiros de trabalho é uma heresia, ter um mínimo de compreensão dos chefes é um sonho, apenas uma fantasia.
Assim o silêncio, tão útil para acalmar a mente vira uma arma terrível, um canhão apontado para o próprio peito.
Sabe como compreendi isso?
Quando pressionei um colega sem trégua, não consegui extrair nada de útil dele, o afundei ainda mais e comecei a achar ele fraco, incompetente, mas o pior, eu estava no mesmo processo e findou que eu é que fui "punido", rebaixado, quando eu deseja uma nova oportunidade para recomeçar.
Mas o trabalho não é coisa para gente que precise de ajuda, ali é matar ou matar, se fraquejar... Mas era preciso prosseguir com a vida.
No entanto, eu não sabia que estava com esse mal, eu não tinha compreendido que tinha feito mal àquele Zé, até que fora do circuito de gerentes eu tive tempo para entender que eu estava muito doente e não era só dela, o corpo estava muito adoentado.
Restou buscar ajuda, combater o medo, trazer a raiva de volta e alterar a perspectiva da vida, que eu também era importante.
Mas a maior lição de tudo isso é que comecei a olhar a alma dos meus amados colegas, até mesmo de muitos que não gostava, para ver se havia algo secreto afetando seu espírito, virei, sem dizer a ninguém um combatente tenaz para não deixar que esse silêncio aterrador fizesse mais uma vítima.
Abraço a todos.
Marconi Urquiza.
Excelente Marcone! A depressão é um mal que atormenta inúmeras pessoas e quase sempre, acaba levando o doente ao suicídio.
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