Nesta semana vi a entrevista de Obama com David Letterman no Netflix, em certo momento ele responde a pergunta como se sentiu quando estava a arrumando o apartamento que sua filha Malia moraria para fazer a universidade. Sua vista entristeceu e seu roto mostrou saudades.
Isto me remeteu a 1976 quando meu pai foi me deixar em Garanhuns para estudar no Colégio Santa Sofia. Na volta as lágrimas dele foram justificadas pelo sol forte e frontal.
2018. Uma amiga disse que ela e o esposo iriam com o filho passar o carnaval em Santa Catarina, é o presente de 15 anos dele.
Mais antigo, eu me lembrei dos meus 15 anos. Ganhei um relógio, o almoço foi com tio Sebastião Tenório e Tia Marlise. Deu uma da tarde, peguei o relógio e saí correndo para assistir um jogo do Centro Sportivo Bomconselhense. Eu não tive consciência que me despedia da infância.
Voltando para o presente, fiquei matutando sobre a viagem da amiga, esposo e filho. Sem querer, muito sem querer e tendo toda uma história por trás, a intuição me relevou uma viagem que não fizemos com nossos três filhos, embora tenhamos feito muitas. A intuição me relevou que a viagem da amiga tem duplo valor, um significado explicito, o de presentear o filho nos seus quinze anos. O outro, tão subjetivo, tão sutil, talvez tão entranhado na alma dos pais que esse sentido só pudesse ser percebido por outros pais que passaram por tudo isso, sem captar o significado dessa passagem.
Com a licença da ousadia de adivinho, essa viagem é mais que um presente, é a despedida dos pais da infância de um filho.
Espero que tenham brincado com ele, como se crianças ainda fossem!

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário.