
Amanhã começa o mata-mata na Copa da Rússia com perspectiva de haver prorrogações e pênaltis. Isto me fez lembrar de um amigo que sempre que conversamos ele diz: "Você se lembra disso?", e eu respondo, "um pouco" e o mais frequente, "não me lembro."
Das muitas lembranças que ele me fez recordar, mesmo não lembrando de imediato, essa tem tudo haver com a esse momento da Copa do Mundo.
Em grande parte da adolescência quase toda noite nos juntávamos ao lado da imensa igreja matriz para mais uma pelada. Na maioria dessas peladas o jogo era por um certo tempo, por exemplo: começava depois do jantar e ia até acabar a novela das nove da noite.
Mas esse meu amigo fez a seguinte pergunta: "Lembra daquele dia que fizemos uma barra de dez? Lembro nada." Eu só lembrava de forma genérica das peladas, quase de nenhum detalhe.
No entanto, depois da minha resposta ele se animou e aí ele começou a narrar aquele fenômeno futebolístico noturno jogado ao som fofo da bola canarinho.
"Foi o seguinte: naquele dia a gente marcou uma hora para jogar e no final o placar era empate, cinco a cinco. Como a gente estava de férias da escola e com secura para continuarmos jogando nós nos reunimos rapidamente e combinamos, agora é barra de dez, quem fizer dez gols primeiro ganha o jogo."
Assim foi feito, e o jogo foi até quase onze da noite, um 10 a 9 fabuloso, jogado descalço no calçamento de paralelepípedos cheiinho de pequenas pedras a furar os pés e estropiar as unhas da gente. Mas não tinha jeito, pé sarado, estávamos lá para outra prorrogação na fantasia de uma Copa Mundo que se renovava a cada noite.
Abraço,
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