sexta-feira, 13 de julho de 2018

O Brasil recalcado

     
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    Tempos atrás eu estava lendo sobre o nazismo quando li algo sobre Elias Canetti e seu livro "Massa e poder". Comprei o livro e comecei a leitura, não li muito, mas deu para me ajudar a entender o seu conceito de Massa e algumas das formas como a Massa se forma. Elias Canetti disse em certo instante que a Massa tende a se formar e esvaziar rapidamente, como não li todo o livro, vou deixar as suas demais considerações para esse fenômeno para outro momento.

    Mas o que ocorreu no último domingo, quando toda a confusão se formou em decorrência do despacho habeas corpus a favor Lula, trouxe motivação para Luis Nassif expressar a sua preocupação em um artigo recente. Não é um artigo partidário, é um artigo que me levou à reflexão como um cidadão comum, sem desejo de se envolver perante todos os problemas institucionais e da política brasileira.

    É um dilema não saber qual rumo tomar, é um dilema imenso não saber onde depositar a minha esperança, em quem depositar minha confiança, porque confiar mesmo, não confio em ninguém.

    Mas a desesperança não é uma expressão que acolheu a minha alma apenas, ela pegou muitos outros brasileiros e não veio "pela graça do divino". Quase tudo foi fabricado a partir da investigação da Lava-Jato, foi na determinação de expurgar a corrupção e corruptores de todas as latitudes que abriu uma enorme "falha de San Andrés" (*) no tecido institucional brasileiro, a ponto de que o respeito a hierarquia na justiça brasileira não existir mais.  Temos, é o que parece, um oficial graduado mandando na graduação máxima de uma cúpula rachada e que parece, não se faz respeitar, que não usa o poder institucional diante de abusos de poder.

     O que tem isso com Massa? Tudo, cada evento como o de domingo alimenta a enorme máquina de distração. Somos uma enorme massa a serviço de manipuladores, sendo retroalimentada periodicamente, instigada regularmente para que sejamos apenas repetidores de um discurso desviante e não enxerguemos a realidade.

     Veja leitor, também no último domingo, dentro de um grupo de whatsapp, formado com um propósito definido de acompanhar o problema de um plano de saúde coletivo, só que ao ser divulgado o despacho do desembargador Favreto o pau cantou. Nesse grupo cresceu a já velha, costumeira e peculiar intolerância, um bate boca virtual se formou com "direito" a xingamentos e provocando a debandada de muitos interessados apenas no objetivo inicial da formação do grupo.

    Será que vivemos em um Brasil recalcado? Com todos os rancores saindo pelos poros? O que você acha?

    Intolerância, preconceito, rancor, inveja, frustração, despeito, ódio, falta de paz de espírito, desamor, sentimento de injustiça, desemprego, fome, violência, desapontamento ...

    O que a gente tem é um caldeirão fervendo, destilando todo ódio que uma pessoa seja capaz, uma coletividade odiando, sem ao menos saber porque odeia. Tal contexto se dá por uma razão bem sutil, mal conseguimos pensar por nós nessa quadra de afetos regressivos constantemente estimulados e bombardeados pelas mensagens de ódio de todos os naipes.

   O que disse Luis Nassif? Estamos caminhando para uma ditadura? Só o tempo dirá.

   Forme sua própria opinião, leia mais, reflita mais, pondere mais, compare as opiniões.

Abraço,



Aprofunde, leia a visão crítica deste jornalista, em uma versão mais ampla:


(*) Falha geológica existente na Califórnia, de grande risco para um terremoto de grandes proporções para Los Angeles.

     


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