sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

De pedra a vidraça

        Há coisas que melhor se dizem calando.... Frase de Machado de Assis.

O noticiário na última semana foi preenchido e replicado após o vazamento de uma movimentação financeira considerada anômala pelo COAF - Conselho de Controle da Atividade Financeira.

Fiquei matutando, jogar pedra na Geni é fácil, é simples e é uma oportunidade que não precisa ser crível, basta motivar as pessoas a manifestarem a sua insatisfação. Ser pedra é bem mais fácil que ser vitrine.

Este é um lado que o vazamento do COAF me motivou a pensar no caso.

A segunda questão, à partir do estopim do COAF é como administrar a informação. O que explicar? Como explicar? Certamente é uma questão difícil, calar é imprudência, mas pode ser sábio. Tentar explicar pode ser também imprudente, pois alimenta o fogo da especulação. Dizer a verdade, nem pensar. Então?

Então, era melhor não ter feito, era melhor que o assessor fosse de outro parlamentar, pois seria uma vitrine  e nela seria mais fácil de se jogar pedra.

A noticia que chegou dava conta de uma movimentação financeira de mais de 1 milhão e 200 mil reais. A minha primeira interpretação foi de saques na ordem desse valor. Dias depois, outra matéria jornalistica acerca do mesmo assunto depurava a informação. Digamos, por hipótese, que foi depositada 600 mil reais e 600 mil reais saíram da conta. Assim fecha a movimentação que o COAF achou como suspeita ou anômala.

De certo modo a mídia tradicional precisa recuperar seu espaço, drasticamente tomado pelo Whatsapp, como fornecedora de informação à sociedade brasileira. Especular ou ser impreciso fez parte da técnica das fake news, parece que fez escola nesse episódio.

Na segunda parte. Vamos perguntar a quem tem que explicar os fatos? Explicar o que? Como explicar? Como administrar esta crise?

     
Agora, vamos pensar, na parte, aparentemente subjetiva da questão.

Primeiro ponto
- Por qual razão apenas depois do segundo turno desta eleição se deu o vazamento desta movimentação anômala? Já se sabia dela.

Segundo ponto:
- A  quem ou a qual grupo interessa que ela tenha ocorrido neste momento?

Terceiro ponto:
- Qual é o objetivo desse vazamento?

Quarto ponto:
- Vai sobrar para quem e quando?

        
É hora de eu fazer as minhas próprias especulações:
       
Para o primeiro ponto:
- Não se vazou porque poderia dar munição a quem estava atrás na pesquisa de intenção de votos  ou não era do interesse que o resultado da eleição fosse diferente?

Para o segundo ponto:
- A todos aqueles que apoiavam a eleição do vitorioso.

Para o terceiro ponto:
- Este foi o ponto que me motivou a escrever esta econômica análise. O objetivo para mim foi dar primeiro um recado para demonstrar quem tem a informação é quem tem poder: Intimidar?
- Há quem comentou na internet que o objetivo foi, como sempre tem ocorrido, fazer os políticos irem para a condenação da sua prática, "perniciosa", de se manterem como tais à custa dos recursos do Estado. Outros dizem, que objetivam tornar a política irrelevante. 

Para o quarto ponto:
- Vai valer uma delação premiada? Para quem? A resposta está em aberto.

Por fim, quanto ainda esse mato esconde?


Abraço,
Marconi Urquiza

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