terça-feira, 27 de junho de 2023

Estranhos fogos de São Pedro

        
    

       Hoje é u
ma pequena história que as festas juninas fizeram sair do sono das memórias adormecidas. Estava fazendo uma pesquisa sobre a origem das festas juninas quando um estalo me fez lembrar desse episódio.

     Eu tinha de 16 para 17 anos. Já sabia dirigir. Papai nesse tempo tinha dois veículos,  um Corcel I e uma Rural 1971, cujo apelido era Sofrida.  Ela tinha passado pelas mãos de um primo e quando papai a comprou estava muito maltratada.

        Papai era festeiro e eu um adolescente para lá de tímido, fugia das festas e só me entrosava fácil ao jogar futebol.

        Um dia papai colocou como meta, imagino, me estimular a participar das festas e do meio festeiro. 

        Na época em Águas Belas (PE) havia uma baile de São Pedro que atraia gente das cidades vizinhas. Sei que papai e mais alguns amigos fizeram uma caravana para ir nessa festa. Era meados dos anos 1970.

        Na véspera do São Pedro os homens adultos e casados foram para esse baile sem as esposas e fui junto, convidado por papai.

        Sabe, passei a noite sentado vendo papai e seus amigos dançando e bebendo. Só não beberam eu e os motoristas.

        No dia de São Pedro, amanhecendo o dia, a banda acabou o baile e papai saiu na Rural com o outro carro atrás, onde estavam seus amigos, acompanhando a Rural Sofrida.

        Tudo ia tranquilo, carro saindo da cidade devagar,  já distante do centro, bem pertinho da rodovia, papai resolveu ter a última comemoração daquele São Pedro.

        De surpresa ele abriu o porta luvas e pegou o revólver e deu vários tiros para o alto, em uma estranha comemoração de final de festa junina e; não sei foi o eco dos disparos, ou se foi a memória reproduzindo, mas eu ouvi mais disparos do que os feitos por pai, não sei se algum amigo no outro carro o imitou com esses estranhos de fogos de São Pedro.

        Abração, Marconi 

        



4 comentários:

  1. Quando narramos um fato extraído da nossa memória damos vida a uma história a ser contada. Viva São Pedro e a liberdade de fazer traquinagens.

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  2. Uma época em que o homem tinha toda a liberdade de fazer o que dava na cabeça sem pensar nas consequências ... (Vixi! Que perigo...) 😯🙄

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