sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Precisamos falar sobre poder

 



        Uma parte da minha geração não quer saber da política, não quer se meter, outra parte comenta, fala, defende posicionamentos, radicaliza. Há uma parte que observa com interesse e de longe, mas quer evitar os conflitos que há anos intercorrem de forma violenta para quem se posiciona contra as atitudes radicais que age a procura do poder para impor restrições à gama mais pobre da população.

        Há muito tempo, muito mesmo, quando era deputado federal, Roberto Freire, em alguns discursos repetia que era necessário desprivatizar o Estado Brasileiro. Eu achava este discurso muito interessante, muito. Mas por falta de conhecimento e interesse não me aprofundei no que ouvi ele falando a respeito. A política existia para mim apenas como uma busca pela riqueza e pelo poder, nós eleitores eramos a massa de manobra. Antigo isso, não é? Mudou?

        Então chegamos em 2025, posse de Trump e tudo que antecedeu durante a sua eleição. A estratégia de falar de economia, daquela economia miúda, a do bolso do eleitor. Se fosse no Brasil, a economia do feijão à mesa. Segundo algumas leituras, essa foi a linha de propaganda que sensibilizou os eleitores dos EUA.

        Aí vem a questão de tocar no ponto crucial de qualquer um de nós:  o medo e a crença ou a descrença com algo. É onde esbarrou na questão da fiscalização do PIX. O medo e o poder das redes sociais espalhou esse medo que a Receita Federal iria saber sobre a vida financeira de cada cidadão pequeno, do micro empresarial formal ou não. O que tocou em um ponto objetivo, ser pego pela Receita Federal e ter quer pagar impostos, o outro subjetivo: não quero ninguém fuçando a minha vida.

        Quando o poder se assenhora de quem pode tê-lo, esses líderes na maioria não se dão ao trabalho de aparecer, lhes basta ter pessoas ambiciosas para as alimentar com recursos, influência e temor. Temor que seus "podres" apareçam. É desta forma que muito são controlados.

        Então é preciso pensar no poder e se perguntar constantemente: Para que serve "algo" e para quem serve esse "algo". Talvez com a compreensão disto, alguns de nós possamos entender para aonde o jogo intenciona ir.

        Na falta de uma crônica escrevi estas reflexões.


        Abração, Marconi Urquiza

        

        

9 comentários:

  1. Meus sinceros parabéns Marconi por suas reflexões. Tema sensível para os dias atuais. Abraços

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  2. Muito importante essa reflexão, complexo para muitos que não tem conhecimento de entender e compreender a politica fiscal.

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  3. Valeu Marconi, ótima reflexão.
    "Precisamos falar de Política". Problema é que os políticos fazem as leis, daí legislam para eles e para as castas e não para o povo. O povão que elege os políticos está concentrado nas classes, C, D e E, dai implementam a política do pão e circo e para este povão tá valendo, *tudo.* E as redes sociais estão aí recheadas das "verdades e versões" que interessam aos políticos, em busca de eleição e reeleição.
    Infelizmente, não vejo que o Brasil tenha jeito. Os Caras Pintadas ocuparam as ruas para pressionar o impeachment do caçador de marajás (que aliás foi eleito com este mote e nada fez). Naquele tempo pensei que o Brasil teria jeito, mas ledo engano. De lá pata cá só se vê bagaceira atrás de bagaceira.
    Continuo torcendo para um Brasil mais justo, mais igual e com menos favores para as castas.
    Simbora acreditar e votar no menos ruim.

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  4. Crônica muito bem escrita, clara, concisa e objetiva, o que me leva a discordar só do arremate – modéstia do cronista, claro!

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  5. Valeu Marconi!!
    Ótima "Crônica Reflexiva"

    Precisamos sempre falar sobre o poder, pois afinal entendo que pouco importa o " lado", sempre o objetivo é Poder.

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  6. Há que se ficar atento ao propósito daquele que circunvizinha o poder. Esse, o mais perigoso. Que ao subir os palanques da vida, travestir o de mero colaborador interessado demonstra por falas e muitas vezes, gestos, seu real vínculo e método. A entrelinha nunca esteve tão “linha” como agora. Só nos cabe o desapego à miopia da zona de conforto que os tempos de paz nos abraça.

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    1. Onde se lê “travestir” leia-se travestido. Perdão pela falha.

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  7. Como questinou Marconi: para que serve "algo" e para quem serve esse "algo"? À manipulação, às meias verdades, às mentiras, às verdades (muitas vezes desacreditadas), juntaram-se as narrativas, que acabam prevalecendo. À quem servem?

    E (para tornar tudo ainda mais difícil), nas redes sociais, a letra é "fria". O que se escreve não expõe o verdadeiro sentimento ou a verdadeira intenção de quem escreve. E a interpretação acaba dependendo de quem lê e de seu estado de espírito.

    Infelizmente, a crítica é mais comum, que o respeito, o que leva a atritos, a posições extremadas e a decisões equivocadas.

    E se não fosse assim? Como seria, se a convivência fosse pautada pelo respeito ao que o outro pensa, aínda que diferente do seu modo de pensar? Utopia? Sonho? "Vou-me embora prá Pasárgada", sem mais comentar.

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