sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Sorte ou sortilégio

 


        Dizem que tem sete vidas
        O gato, animal felino.
        Dizem que há proteção
        Maior pra "bebo" e menino
        Mesmo que existe sorte,
        Não é salutar na morte
        Vivermos tirando "fino".
                Ademar Rafael Ferreira

            Na semana passada Cida sofreu um acidente enquanto fazia sua corrida matinal, um táxi bateu nela, pegou no braço que impactou o abdomen. Mesmo sentindo dores deste então, ela está apenas machucada. Dois segundos a mais, um metro a mais, ela poderia estar muito machucada ou morta. Foi sorte.

            Desde ontem fiquei pensando nos quase acidentes, felizmente. Estava parado na esquina da rua Angustura com a avenida Rosa e Silva, em Recife, deixando o trânsito me dar a oportunidade atravessar aquela rua e seguir meu caminho. Cem metros antes ouvi o ronco de uma moto, moto de motoboy, com aquele baú de fibra de vidro na traseira. Ele saiu do Habibs, pega a parte direita da Rosa e Silva e acelera tudo que pode. Eu estava na beira da calçada, a alguns centímetros do asfaldo e a moto veio rápida, pensei que o motoboy iria desacelerar um pouco para entrar à direita na rua Angustura, mas que nada, senti foi o vento do baú roçando minha barriga. Confesso, após alguns segundos o medo chegou, dei um passo atrás e me demorei a atravessar a rua.

            Em outra esquina, desta vez na Rua Dom Bosco com a via local da Avenida Agamenon Magalhães, estava nas imediações do Hospital da Restauração. Neste dia andava pensando em um monte de coisas, a atenção não estava voltada para a rua, mas para dentro da minha cabeça. Alguns metros antes vi o sinal aberto para o pedestre e registrei isso e parti na passada para atravessar a rua, e, e só me dei conta que ele havia aberto para os veículos ao sentir uma Kombi raspando meu corpo. Acho que exclamei assim: "Minha nossa senhora!" Acho que passei o dia pensando, por pouco minha família só receberia a notícia que eu fui atropelado e morto.

            Quando era criança, brincando de carro de rolimã pelas ruas eladeirada de Bom Conselho, junto com os amigos, saímos da Praça Pedro II e resolvemos descer a ladeira da Rua 15 de novembro, a partir do antigo cinema Brasília, onde hoje é a agência do Banco Santander, se existir. Descemos pela calçada da esquerda, eu fui o último a descer. Na minha vez parei debaixo de um Ford Rural. Essa imagem é vivíssima até hoje, mais de 50 anos depois. O dono carro olhando sério para mim, eu sem saber o que fazer, a menor de 1 metro do pneu do carro.

            Entre estes casos e outros, principalmente usando o celular dirigindo, até hoje tive sorte. Mas precisa alimentar esta sorte ao não dar motivo para ela me abandonar.

            Em tempo: Sortilégio é Feitiçaria; ação do feiticeiro que pratica magia ou bruxaria.

            Faltou assunto, para não deixar de passar uma crônica escrevi esta.

            

            Por hora é, abração!

            Marconi Urquiza

            

6 comentários:

  1. Dizem que tem sete vidas
    O gato, animal felino.
    Dizem que há proteção
    Maior pra "bebo" e menino
    Mesmo que existe sorte,
    Não é salutar na morte
    Vivermos tirando "fino".

    Valeu amigo.

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    Respostas
    1. Ademar, muito obrigado pelo poema. Vou inserir no corpo da crônica. Uma bela ilustração poética.

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  2. Importante redobrar atenção e ficar desligado do celular e ligado nos movimentos de ônibus, motos, bikes e carros, pois estão todos muito apressados. O mínimo descuido e... pli, pli, pli, e acorda-se na UTI ou no céu.
    Além dos apressados no trânsito temos um grande número de idosos com necessidades especiais, e com o avanço da,idade passam por mudanças físicas e cognitivas, exigindo atenção tanto de quem dirige quanto de quem caminha pelas ruas.
    Simbora, Marconi: se for andar pela rua, não use celular e se usar, fique parado. 🤣🎯🎯

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  3. Nos tempos de hoje, a pressa (como se ganhar meio segundo, fosse fazer a diferença), o desrespeito às faixas de segurança e aos sinais vermelhos virou "febre", moda, ou sei lá o quê. Dos acidentes de fato, nem vou falar, mas os "quase" acontecem a todo momento, especialmente com as motos.

    Minha esposa "quase" foi atropelada, na faixa se segurança. Ela chegou a colocar o pé na faixa, quando o sinal ficou verde para os pedestres. Mas três insanos de carro e mais uma moto, passaram, desrespeitando o sinal.

    Eu já tive vários "quase". Num deles, eu estava andando na calçada, quando um motoqueiro a usou como pista. Mas tive tempo de dar um passo para o lado. Como "desgraça pouca é bobagem", eu estava defronte a uma Academia e parei um pouco, para me recuperar do susto.

    Foi quando uma camionete SUV deu ré, saindo do estacionamento da Academia. Desta vez, tive que dar um pulo, reclamado pelo meu joelho esquerdo. O motorista não se preocupou sequer em parar e ainda fez uma cara muito feia, para mim, como se estivesse cheio de razão. Eu acho que ele estava "bombado", tanto no corpo, quanto no cérebro.

    Um outro "quase" foi numa faixa de segurança. Um carro estava parado, esperando para atravessar, e eu estava passando pela faixa. Quando estava quase chegando do outro lado, o carro se movimentou e bateu na minha perna direita. Por sorte, ficou só nisso. O motorista me pediu mil desculpas e perguntou se eu queria que ele me lavasse em alguma clínica. Como eu estava sentindo apenas a dor da pancada, disse a ele que não precisava.

    Não sei aonde vamos parar nessa escalada de desrespeito, infelizmente

    Desejo e espero que Cida esteja bem!

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