
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
CELEBRAÇÃO DE AMIZADE

sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Troll
Acordei pensando naquele aluno do colégio, que ao descobrir uma apelido de outro colega, não deixava de dizer em voz alta, para quem estivesse por perto, o apelido que incomodava o desavisado. Ele era agradável, simpático e de vez em quando escolhia um para as suas intermináveis galhofas. Um dia esse aluno "brincou" demais, um amigo se impacientou e o esmurrou. Não escapou da suspensão. No dia seguinte, Serinho contava vantagem e já olhava quem seria seu próximo alvo.
Muito tempo atrás ouvi falar de um tal de Dr. Serius, afora a sua profissão liberal, ele tinha uma verve forte. Diziam, não conheci essa particularidade, que Dr. Serius facilmente tirava um interlocutor do sério, bastava esse, entrar no seu radar. A sua eloquência poderia ser um caso de estudo.
Com a voz poderosa e argumentos falsos, começou a instigar intrigas e as arengas foram crescendo, o seu instrumento para espalhar as suas veleidades eram homens que adoravam espalhar fofocas, mas um dia isto estourou e cinco homens, que gostavam da política, contrariados, invadiram o seu escritório e o surraram. Dr. Serius sumiu da cidade. O alcance das suas provocações estavam apenas naquela comunidade de 40 mil habitantes. Não em toda, apenas em uma parte.
Você conhece um Troll de carne e osso? Já conviveu?
Nesta semana, ganhou a mídia em geral, o caso da menina grávida do Espírito Santo que a Justiça autorizou o aborto. O caso passaria despercebido se não tivesse havido a recusa de um hospital de Vitória, a capital do estado, em fazer o procedimento autorizado e muito menos, se Sara Winter não tivesse gravado um vídeo.
Foi o caso da garota de dez anos, que vinha sofrendo um estupro continuado desde os seis anos. A ocorrência em si mesmo, já era uma tragédia, uma situação que vai marcar a vida daquela garota profundamente, só isto, já deveria ser suficiente para que as pessoas tivessem compaixão. Muitas têm, muitos são indiferentes, é mais uma desgraça no meio de tantas que são noticiadas.
Eu, em particular, li a notícia e não a processei como destaque e nem dei o peso que ela deveria ter. Era uma notícia justa, lida em um site jornalístico que tenta recuperar o seu protagonismo e que faz um esforço grande para ter credibilidade.
A discussão sobre a situação da menina coincidiu com a leitura de um livro: Os engenheiros do caos. Este livro versa sobre as pessoas que impulsionam conteúdos, quaisquer que sejam, com o objetivo de influenciar o voto. O nosso voto. Tais "engenheiros" provocam na internet a adesão às suas ideias, catalisam as raivas dispersas e criam turbilhões, em cima de turbilhão. Tentam e conseguem uma incessante provocação em cima das pessoas que estão insatisfeitas com algum ponto sócio-político, sócio-emocional ou apenas emocional, o que significa: Mobilizar as massas.
De 1933 para frente: o rádio e o cinema, na Alemanha. 2013: o Facebook no Brasil contra Dilma; 2014 no Brasil: a mídia tradicional com a Lava Jato. 2016 nos Estados Unidos: Twitter e Facebook na eleição presidencial. 2018 no Brasil: o uso do Whatsapp na eleição presidencial.
Estas situações não ocorreram por acaso, foi tudo organizado, concatenado, articulado, sempre com um propósito de dominar, ter poder, sujeitar, de mobilizar as massas e embotar no nosso pensamento crítico.
Mas vamos voltar para o caso da menina. Sara Winter descobriu, alguém disse a ela que a menina estava em Recife, em qual maternidade ela estaria para fazer o aborto necessário. Fez um vídeo no You Tube, os seguidores de Pernambuco aceitaram a provocação dela e foram para a frente do hospital. Perturbaram, chamaram a menina de coisas pouco santas, perturbando os doentes e o sossego das demais pessoas. Estas pessoas deveriam ter ponderado se os estímulos eram justos ou não, rezaram por uma espécie de fanatismo "religioso", que se mostrou ruim, mas que exemplificou como as redes sociais funcionam nestes mobilizações.
De modo geral, se conhece este fenômeno que a internet propicia e potencializa. A distância física não existe, só temos a distância do pensamento, ele que aproxima ou distancia.
Já se sabe que as redes sociais são programadas para fazer a gente ficar constantemente ligado nelas por meio da incessante distribuição de mensagens que impactam a nossa psicologia, provocam as nossas emoções justamente em um ponto que, em regra, há muita dificuldade em controlar: O ÓDIO.
Isto é o que faz um TROLL. São os provocadores da internet. Às vezes são apenas um instrumento de uma estrutura organizada: às vezes ele mesmo, é o líder dessa estrutura. Trump é um por excelência.
Já conviveu com um provocador? Já conviveu com um manipulador? Já?
Pois bem, tais pessoas são TROLLS e têm uma capacidade imensa de cutucar as insatisfações e na atualidade, usam os ALGORITMOS das redes sociais para os seus propósitos, pouco sacrossantos, para mobilizar as massas, estritamente para atender a estes interesses e com isso, costumam fazer muitas pessoas de bestas. Uma das bestas do algoritmo, podendo ocorrer dois, dos vários sentidos da palavra besta: o popular trouxa (bobo) ou o bíblico, no simbolismo do Apocalipse.
Abração, Semana Iluminada.
Marconi Urquiza
Link da imagem:
Uma das notícias a respeito do caso:
O livro:
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Foi assim, foi o título do convite: FEIJOADA BENEFICENTE.
Quase sempre é
altruísta
Toda ação solidária
Busca ajudar o
próximo
E tem a lógica
gregária.
Da omissão nos
redime
Pessoa que forma o
time
Nunca é beneficiária.
Poema de Ademar Ferreira Rafael
O momento, de tantas ações solidárias, exemplificadas constantemente desde março, reforçando o caráter solidário de muitas pessoas na busca de ações coletivas para minorar o sofrimento de muita gente.
Eu estava atrás de uma inspiração para escrever a crônica desta semana, mas não pensava em nada que se assemelhasse a esse despertar do altruísmo, no entanto, eu achei esta história prontinha. Escrita na forma de um relatório, impessoal, escondendo todo o sentimento que nos moveu:
13/10/2008
7:42
Foi assim, foi o título do convite: FEIJOADA BENEFICENTE.
Caraúbas, 1990.
Soubemos por vigilante da agência do Banco Brasil que a filha do vigilante do Banco do Estado do Rio Grande Norte tinha problemas nos olhos e que já havia perdido o olho direito. Um mal que levaria à cegueira total. Como notícia, como dor estava distante de nós, sentimos naquele momento apenas compaixão.
Naquele época, discreta, minha esposa fazia entrega mensal de cestas básicas, havíamos adotado cinco famílias para as auxiliar nos alimentos.
Cerca de dois meses após saber a notícia da garota de 13 anos, a filha do vigilante, eis que ele vem na agência, conversa com seus colegas de profissão e depois se aproxima de mim e faz o seu pedido. Conta-me a sua história e a sua falta de condição de curar a filha. Digo-lhe que não tenho dinheiro para lhe ajudar e fico por aí. Mas pedi que voltasse no dia seguinte.
A noite converso com a minha esposa, [Cida], lhe narro o problema e juntos buscamos uma alternativa para conseguir o dinheiro. De um estalo surgiu a ideia de uma feijoada beneficente.
Assim escolhida a alternativa, bolamos em casa mesmo os convites e tratamos de vender, 150 convites.
Começamos a preparar a feijoada na sexta-feira anterior ao evento, fomos dormir de madrugada, no sábado cuidamos da organização da AABB, de como se faria o atendimento, do local em que ficaríamos com as panelas, a que hora lá chegaríamos, assim por diante.
Do sábado para o domingo ficamos toda a madrugada cozinhando a iguaria lá no quintal de casa, conversando, cuidando do fogo de lenha e usufruindo da fresca da madrugada, no quente Rio Grande do Norte.
Sem experiência da quantidade que se colocaria em cada panelinha, fomos vendo com preocupação se acabar a feijoada antes das 14:00h, hora informada nos convites para o término do serviço. De 10 em 10 minutos a gente contava os ingressos, ainda faltam 40, ainda faltam 30, ainda faltam 20, refizemos a contagem e de fato apenas 120 pessoas vierem pegar a sua feijoada.
Frequentemente a gente chamava o vigilante [o pai da jovem]: como tá de gente lá? Tem muita gente, está chegando mais? Sim. E aí ficamos coletando esta informação e avaliando o que poderíamos fazer e ainda mais, torcer que não aparecesse todos os que haviam comprado o convite.
14:00h. "Vamos encerrar logo, pois, do jeito que vai não sobra nem para o nosso almoço" e realmente, sobrou bem pouco, que só deu para a gente almoçar, oito pessoas [que trabalhavam no evento], sem encher a barriga.
Feitas as contas e pagas as despesas repassamos ao vigilante 90% do lucro e 10% para uma senhora, que sem a gente dissesse que lhe pagaria algum valor, se propôs a nos auxiliar na empreitada.
Dois meses após o evento vem o vigilante e nos informa: "Seu Marconi, a doença estancou, ela não vai ficar cega, mas ainda tem seis meses de tratamento, muito obrigado."
Apareceu e Agradeceu todos os meses até a nossa missão terminar naquela cidade, [em março de 1992], sempre trazendo informações acerca do tratamento da sua filha.
________________________________
Quando eu pensava naqueles dias, em certo momento, alegre com essa recordação, me veio a imagem do dia em que o vigilante, do qual não lembro o nome, chegou onde eu estava e disse:
- Ela está curada, agora só precisa ir de seis em seis meses para acompanhamento.
Passados 30 anos, espero que aquela menina seja uma mulher feliz, pois me sinto muito contente ter feito parte daquele esforço para salvar a sua visão.
Abração, Semana Alegre.
Marconi Urquiza
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
O tapa do vento na cauda do avião

Eu só me sinto segurocom os pés rentes dochão.Um dia quase morriEm um pequeno avião.Vento na cauda batiaE eu rezando pediaA Jesus a salvação.
Poema de Ademar Rafael Ferreira
sexta-feira, 31 de julho de 2020
O Exercício do Impossível


sexta-feira, 24 de julho de 2020
Coisa de avô
Meus avós geraramfilhosDos meus pais eu fuigeradoEu e a esposageramosCada filho abençoado.E o ciclo fica completoNa hora que cada netoAssumir nosso legado.
Poema de Ademar Rafael Ferreira
O poder revela ou transforma uma pessoa?
imagem: Orlando/UOL. Um papo na última segunda-feira entre aposentados do Banco do Brasil que tiveram poder concedido pela empr...
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Por Djalma Xavier. Pra começo de conversa, trago dois personagens que tem algo a nos ensinar e ilustram bem as questões principais...
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Sábado passado me larguei de Recife no meio da tarde e fui a Bom Conselho. (284 km). Fui por que o amigo Antiógenes me incluiu e...
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