sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

2020, ano da empatia?

      
      Tentei mandar a um amigo 
      A paz, amor e alegria.
      Com afagos e presentes
      Eu gastei muita energia. 
      Reformei minha atitude,
      Vi o trio em plenitude, 
      Quando mandei EMPATIA.
         (Ademar Rafael Ferreira)

     Em 2020 a empatia surgiu muito forte.  Muita gente tornou ela um valor a lhe dar sentido às suas vidas. 
      Mas tem gente que destoa ou não se importa em praticá-la. Isto se revela ao se aglomerar, não usar as máscaras, entre outros comportamentos egoístas. 
      Nesta semana, ao ler parte do discurso do ministro da saúde, vi que ele reclamou da ansiedade pela vacinação.
      Será que ele sabe o que é isso? O que sentiu ao ficar na UTI? Foi só medo?
      Tem fala, que de tão transformada em uma coisa, não toca, passa como um vento imperceptível. Nada contribui.
       Que humano foi esse que escreveu aquele discurso? Cheio de certezas e zero de empatia.
       Muito tempo atrás em uma aula, um professor convidado veio palestrar, comentava pormenores de sua pesquisa para a tese de doutorado.  Essa pesquisa envolvia líderes ativos e líderes aposentados da igreja católica. 
      Um aspecto chamou a atenção nessa palestra: a forma como os entrevistados respondiam às perguntas.
      Os líderes da ativa,  segundo o palestrante, falavam chavões o tempo inteiro do discurso institucional. A pose, às vezes, era magnâmica. Ali estava o CNPJ encarnado em um indivíduo,  que respondia, sem responder. 
     No outro grupo de entrevistados, estavam os ex-líderes, agora aposentados.  Disse o professor que alguns deles, sem as vestes do cargo, eram capazes de dizer: "Senta aqui filho! Fique à vontade e muita vezes se sentavam no mesmo sofá". As respostas dessas pessoas, eram, na maior parte,  precisas e diretas. Até empáticas.
      Olhando o discurso do general Pazuello, veio à mente os discursos corporativos escutados ao longo de  vários anos. Palavras bonitas,  às vezes de ânimo, frequentemente vazias de sentimentos. 
     Quando se conhece a dor de uma família com um doente de covid, quando se dá de cara com o médico angustiado ou quando ouvimos um muito obrigado, o sentimento costuma ser o mesmo: de empatia. 
    Empatia, só isso muitas vezes basta.

 2021, Ano Super Empático.
Abração, 
Marconi Urquiza

6 comentários:

  1. Seu comentário foi cirúrgico, preciso. A empatia precisa estar presente em todas as pessoas, principalmente nos que se dizem líderes. Parabéns

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  2. Por ser uma atitude nobre é pouco aplicada. Ficamos felizes quando alguém nos oferta e efertamos pouco.

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    1. É fato, é foda
      Sem tato, a roda
      Não gira,
      A empatia começa também na simpatia.

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  3. Empatia, só pode ser autêntica . Caro Marconi, você como sempre muito feliz nos temas das crônicas.

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