Que bode desgramado,
Que rebeldia foi aquela,
Podia ter berrado!
O cabrito foi batizado pelas
crianças de Bodinho. Um dia um amigo da família vendo a alegria das crianças de
Benício ao verem um bebê cabrito, prometeu a própria esposa que daria um
presente a eles.
Dois meses depois chegou o presente. Aquela família agora tinha seis membros, o casal, os filhos e Bodinho, que cresceu saudável e com muita alegria das crianças.
Mas, uma viagem longa se avizinhava e dentro da casa começou a se discutir como ficaria o cabrito. Já haviam até conversado com o vizinho para ele alimentar e trocar a água do animal enquanto viajavam. Bodinho, ainda criança, corria solto, dando pinotes e nada sabia do seu destino.
Era o bicho de estimação daqueles três meninos inquietos.
Dois meses depois chegou o presente. Aquela família agora tinha seis membros, o casal, os filhos e Bodinho, que cresceu saudável e com muita alegria das crianças.
Mas, uma viagem longa se avizinhava e dentro da casa começou a se discutir como ficaria o cabrito. Já haviam até conversado com o vizinho para ele alimentar e trocar a água do animal enquanto viajavam. Bodinho, ainda criança, corria solto, dando pinotes e nada sabia do seu destino.
Era o bicho de estimação daqueles três meninos inquietos.
Já faltando dois dias para a
viagem, Benício chegou em casa e comunicou:
- Olhe, Zé, o nosso vizinho, vai cuidar do cabrito até a gente voltar, - não foi surpresa para a esposa, isso havia sido combinado.
Na hora daquela conversa Bodinho chegou na porta e viu os meninos agitados, cada um dizia que ele não poderia ficar no natal sozinho, tinha que ir com eles.
Benício manteve a decisão que o cabrito ficaria, Carla também achava melhor que o animal não viajasse.
- Olha, o nosso carro é apertado e nós vamos viajar um dia quase todo.
- Não pai, a gente se aperta, – disse o mais velho.
- É pai, a gente leva ele no colo, - disse o filho do meio.
O mais novo só gesticulava apoiando a ideia dos seus irmãos que haviam encontrado a solução para ter Bodinho na viagem. Depois de muita conversa, os pais toparam. Mas Bodinho iria ser criado na fazenda da avó, pois ficaria grande e não daria para ele viver no quintal da casa onde moravam. Na hora as crianças aceitaram a decisão, a viagem com Bodinho já seria suficiente. Poderiam conviver com ele mais um tempo, pois estavam nas férias da escola.
Na véspera da viagem arrumaram as bagagens e colocaram no carro. Uma garrafa PET de um litro foi transformada em uma mamadeira para Bodinho beber água, em uma caixa plástica estava a ração dele. O cocô e o xixi é que poderia ser o problema.
No outro dia pela manhã Benício acordou preocupado, ao voltar da garagem, onde havia organizado melhor a bagagem, ele se aproximou da esposa e disse:
- Já arrumei o carro. Sei não, vai ser uma viagem apertada. São 600 quilômetros.
- Benício, se arrume para você dirigir confortável que a gente se acomoda.
Viajaram três adultos e as três crianças pequenas, mais o cabrito. Todos eles em um Kadett.
- Olhe, Zé, o nosso vizinho, vai cuidar do cabrito até a gente voltar, - não foi surpresa para a esposa, isso havia sido combinado.
Na hora daquela conversa Bodinho chegou na porta e viu os meninos agitados, cada um dizia que ele não poderia ficar no natal sozinho, tinha que ir com eles.
Benício manteve a decisão que o cabrito ficaria, Carla também achava melhor que o animal não viajasse.
- Olha, o nosso carro é apertado e nós vamos viajar um dia quase todo.
- Não pai, a gente se aperta, – disse o mais velho.
- É pai, a gente leva ele no colo, - disse o filho do meio.
O mais novo só gesticulava apoiando a ideia dos seus irmãos que haviam encontrado a solução para ter Bodinho na viagem. Depois de muita conversa, os pais toparam. Mas Bodinho iria ser criado na fazenda da avó, pois ficaria grande e não daria para ele viver no quintal da casa onde moravam. Na hora as crianças aceitaram a decisão, a viagem com Bodinho já seria suficiente. Poderiam conviver com ele mais um tempo, pois estavam nas férias da escola.
Na véspera da viagem arrumaram as bagagens e colocaram no carro. Uma garrafa PET de um litro foi transformada em uma mamadeira para Bodinho beber água, em uma caixa plástica estava a ração dele. O cocô e o xixi é que poderia ser o problema.
No outro dia pela manhã Benício acordou preocupado, ao voltar da garagem, onde havia organizado melhor a bagagem, ele se aproximou da esposa e disse:
- Já arrumei o carro. Sei não, vai ser uma viagem apertada. São 600 quilômetros.
- Benício, se arrume para você dirigir confortável que a gente se acomoda.
Viajaram três adultos e as três crianças pequenas, mais o cabrito. Todos eles em um Kadett.
A sexta-feira chegou e Benício
conseguiu ser liberado do trabalho mais cedo. Mas só chegou às duas da tarde, fez
um almoço rápido e em meia começaria a viagem. A babá e os três meninos estavam
acomodados no banco de trás do Kadett. O pequeno cabrito ocupava o colo dos
dois meninos mais velhos, nos pés da mãe estava a caixa plástica com as
mamadeiras do filho mais novo.
Benício ligou o carro, olhou para o banco de trás e ficou preocupado. Carla também olhou, Bodinho estava quieto, retribuiu o olhar. Os três meninos estavam contentes, que em vez da agitação natural das crianças, elas estavam quietas. Depois dessa verificação, Benício olhou para a esposa e disse:
- Vamos. Vamos ver o que é que vai dar, - Carla não comentou, tocou na mão do esposa e apertou de leve.
Benício ligou o carro, olhou para o banco de trás e ficou preocupado. Carla também olhou, Bodinho estava quieto, retribuiu o olhar. Os três meninos estavam contentes, que em vez da agitação natural das crianças, elas estavam quietas. Depois dessa verificação, Benício olhou para a esposa e disse:
- Vamos. Vamos ver o que é que vai dar, - Carla não comentou, tocou na mão do esposa e apertou de leve.
Cidade pequena, em cinco minutos
estavam na rodovia. Sol a pino, calor furioso e o ar-condicionado do carro
soprando com força.
Estrada estreita, com longos trechos cheios de buracos, o que tornou a viagem lenta. Já noite adentro ele chegaram em Patos, no sertão da Paraíba. Tinham deixado para trás 220 km, desde Caraúbas, no Rio Grande do Norte.
Após a indicação de um frentista de um posto de combustível, na entrada da cidade, em pouco tempo eles estravam na frente do Hotel JK. Benício desceu pagou a hospedagem de dois quartos, um triplo para ele e a família, o outro, duplo, para a babá.
Ele voltou e começou um conclave para saber como levar Bodinho para dentro do hotel sem que fosse notado. Mas Bodinho estava agitado. A tarde toda sem dar seu seus saltos o haviam deixado estressado. Comida e água para Bodinho na calçada, urinou por ali e as fezes foram recolhidas em um saco de papel, jogadas em um lixeiro próximo. Em cima do xixi, o que restava da água da garrafa PET.
Benício entrou primeiro, o atendente levou as bagagens até o quarto triplo. Benício voltou e pegou o menino mais novo no colo, os maiores caminharam ao lado na mãe e Bodinho foi coberto em uma toalha de banho, como se fosse um bebê dormindo. Assim, meio disfarçado, ele entrou no hotel e foi para o quarto duplo junto com a babá.
Estrada estreita, com longos trechos cheios de buracos, o que tornou a viagem lenta. Já noite adentro ele chegaram em Patos, no sertão da Paraíba. Tinham deixado para trás 220 km, desde Caraúbas, no Rio Grande do Norte.
Após a indicação de um frentista de um posto de combustível, na entrada da cidade, em pouco tempo eles estravam na frente do Hotel JK. Benício desceu pagou a hospedagem de dois quartos, um triplo para ele e a família, o outro, duplo, para a babá.
Ele voltou e começou um conclave para saber como levar Bodinho para dentro do hotel sem que fosse notado. Mas Bodinho estava agitado. A tarde toda sem dar seu seus saltos o haviam deixado estressado. Comida e água para Bodinho na calçada, urinou por ali e as fezes foram recolhidas em um saco de papel, jogadas em um lixeiro próximo. Em cima do xixi, o que restava da água da garrafa PET.
Benício entrou primeiro, o atendente levou as bagagens até o quarto triplo. Benício voltou e pegou o menino mais novo no colo, os maiores caminharam ao lado na mãe e Bodinho foi coberto em uma toalha de banho, como se fosse um bebê dormindo. Assim, meio disfarçado, ele entrou no hotel e foi para o quarto duplo junto com a babá.
Dormiram antes das dez da noite,
planejavam correr os outros 390 km lá pelas cinco da manhã. Quando deu quatro horas, Quitéria chegou no quarto do casal
agitada:
- Dona Carla, Dona Carla, acorda ...
Carla abriu a porta, sonolenta:
- O que foi Quitéria?
- Venha, venha ver o que o cabrito fez.
As duas saíram pelo corredor do hotel e entraram no quarto. Já primeiros passos Carla viu as fezes no animal forrando o chão. Abriu mais a porta e Bodinho olhou para elas. Parecia estar mais calmo, mas estava na verdade era cansaço por não ter dormido.
Carla empurrou a porta completamente e ao ver:
- Minha nossa senhora! Como é que ele fez isso? Você não percebeu?
- Não, dormi logo que me deitei e quando me levantei para fazer xixi estava essa bagaceira.
Carla olhou de novo para Bodinho, viu ele se chegar e roçar na perna dela.
- Vamos juntar esse cocô em um saco plástico, empurra esse negócio com os pés e vamos embora agora mesmo! - E Carla saiu ligeira para acordar o marido e os filhos.
- Dona Carla, Dona Carla, acorda ...
Carla abriu a porta, sonolenta:
- O que foi Quitéria?
- Venha, venha ver o que o cabrito fez.
As duas saíram pelo corredor do hotel e entraram no quarto. Já primeiros passos Carla viu as fezes no animal forrando o chão. Abriu mais a porta e Bodinho olhou para elas. Parecia estar mais calmo, mas estava na verdade era cansaço por não ter dormido.
Carla empurrou a porta completamente e ao ver:
- Minha nossa senhora! Como é que ele fez isso? Você não percebeu?
- Não, dormi logo que me deitei e quando me levantei para fazer xixi estava essa bagaceira.
Carla olhou de novo para Bodinho, viu ele se chegar e roçar na perna dela.
- Vamos juntar esse cocô em um saco plástico, empurra esse negócio com os pés e vamos embora agora mesmo! - E Carla saiu ligeira para acordar o marido e os filhos.
Com a pressa que foi possível,
quatro e meia da manhã eles saíram do Hotel JK. Agradeceram a atenção do sonolento
guarda e deixaram para trás a assinatura de Bodinho.
Subiram a serra de Teixeira atentos, o sol já estava clareando bem a estrada, os meninos dormiam, Quitéria estava atenta e Bodinho relaxado, dormia no colo das crianças.
Subiram a serra de Teixeira atentos, o sol já estava clareando bem a estrada, os meninos dormiam, Quitéria estava atenta e Bodinho relaxado, dormia no colo das crianças.
A viagem seguiu tranquila, perto
do meio dia, a primeira viagem de Bodinho terminaria, em poucos minutos ele estaria alegre, saltitando na casa da avó dos meninos e
fazendo a alegria deles.
Já perto do final da viagem, avistando a Serra de Santa Teresinha, o destino a poucos quilômetros, Carla passou a mão nos olhos, como se quisesse apagar as imagens que a sua memória trouxe, então se virou para Benício e indagou:
- Você viu o estrago?
- Vi ligeiro.
- Como é que ele fez aquilo tudo? - Perguntou de novo Carla.
- Vi ligeiro.
- Como é que ele fez aquilo tudo? - Perguntou de novo Carla.
- Não sei. Como pode? - Benício estava incrédulo.
Nem ela, nem Benício saberiam como. Até hoje, quando se lembram, se perguntam como é que Bodinho colocou no chão o reboco e esburacou toda a parede do banheiro.
Semana Iluminada. Falta pouco para a vacina, nos cuidemos.
Abração, Marconi Urquiza
Show de bola kkkkkkkkk
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirSAMUEL (Via Whatsapp - Grupo Jovens Aposentados): cuidado com bodinho rsrs
ResponderExcluirMuito obrigado.
ExcluirZé Neto (Via Whatsapp - Grupo Jovens Aposentados): Show de bola. Delícia de crônica pra começar bem o fds, no meio de tantas notícias ruins sobre a pandemia.
ResponderExcluirMuito obrigado.
ExcluirCícero Fernandes ((Via Whatsapp - Grupo Jovens Aposentados): Livre, leve e solto!!! A vida assim é mais gostosa de se viver! Quem já não teve o seu bodinho?? Parabéns Marconi!!!
ResponderExcluirMuito obrigado.
ExcluirMilton Mendes (Via Whatsapp - Grupo Jovens Aposentados): Crônica gostosa de se ler Marconi, esse bodinho me lembra uma figura parecida, meu RINGO !!
ResponderExcluirFabuloso. Animais tem esse dom de nos alegrar.
ExcluirA capacidade que um bode tem para fazer estripulias é imitada. O relato prova que o pequeno animal tem parte com o "bicho ruim". Um grande abraço pajeuzeiro.
ResponderExcluirCida (Via Whatsapp - Grupo Família Muquém): Foi inesquecível o que o bdinho fez, o que não faz pelos filhos.
ResponderExcluirA Carla do conto.
ExcluirWalmir (Via Whatsapp - Grupo Jovens Aposentados): Bom dia Marconi,
ResponderExcluirMuito legal a crônica.
Obrigado amigo.
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