“Da
bondade de pessoa ruim”
“Deus me governe
e guarde, ilumine e zele assim.”
Chico
César – Estrofe da canção “Deus me proteja”
De tanto ouvir falar, de tanto
nos impactar, resolvi escrever.
Vou falar das aventuras que só
parecem teóricas, até se transformarem em chuva, depois em uma tempestade; no
fim, em uma seca severa.
Se a inflação pode ser uma chuva
prodigiosa no bolso de alguns, ela vira uma tempestade severa para o bolso de
muitos e se revela como uma seca violenta, caindo como uma bomba na vida da maioria
dos brasileiros.
Os conceitos como: Liberal, Liberalismo, Socialismo, do antigo Comunismo, da Socialdemocracia, do capitalismo, do Mercado (o rei mercado), Estado Mínimo, Governo, Desgoverno. Muito disso passa longe do brasileiro médio, muito disso passa a léguas da mente das pessoas, até que, mesmo sem terem o mínimo de conhecimento ou consciência específica de suas existências, sejam esmurradas pela carestia.
Essa é a nossa realidade em 2021. O
pau está dando muito forte nas costas de Chico. Lembre-se do ditado: ” Pau que dá
em Chico, dá em Francisco”.
Liberalismo, esse que a gente vê espelhado em muitos economistas, como se sente há três anos, que foi elaborado, projetado, e executado pensando em uns poucos. Em uns poucos que ganham e ganharão com essa inflação galopante.
Para quem não sabe ou não se recorda, vou contar um episódio de inflação, agalopada, ligeira como um meme, um foguete como uma Fake News.
1988. Eu desejava
comprar um vídeo cassete em Manaus. Querendo barganhar o preço, corri as lojas
da Zona Franca e próximas à Rua Guilherme Moreira, aí o mercado do dólar abriu.
Às duas da tarde acabei entendendo
que não poderia esperar para o dia seguinte, meu dinheiro não daria. Se o preço
no início da manhã era de 500 dinheiros, às duas horas da tarde paguei 540
dinheiros daquele tempo pelo aparelho.
É assim a aventura do liberalismo, é
como jogar alguém no meio de um rio sem boia e sem a pessoa saber nadar. É o
que gente vê todo santo dia.
O preço do combustível que tem
afetado tanto a economia popular, é um caso exemplar, pelo lado negativo. Veja,
o Brasil caminhava para ser quase autossuficiente na produção de combustível.
Aí se vendeu ativos, estruturas e negócios da Petrobras. Paralisa-se linhas de
produção, subaproveita refinarias e importa-se produtos refinados, mais caros.
Depois veio a paridade brutal do
preço do dólar e petróleo com o mercado livre mundial. Tudo isso, sem que haja
compensação com o menor custo dos produtos fabricados pela Petrobras. É mais
fácil, é mais simples, “é mais ganho”.
Na realidade hodierna, cai o consumo de combustível e ainda assim o ganho permanece alto e até maior que antes, em que o preço era menor e onde vendia mais combustível.
Olha que armadilha o cidadão vive:
- Preço maior: o lucro de toda a
cadeia cresce por litro vendido.
- Preço maior: a arrecadação de impostos é maior por litro vendido.
Tão importante oligopólio, na prática monopólio, vai querer que os preços fiquem civilizados? Os entes governamentais também?
Neste momento, estamos sós diante do
Dragão da Inflação. Mas temos que juntar forças, então vou de Zé Limeira, o Poeta do
Absurdo, como um ato de coragem e vontade de prosseguir:
“Ano passado eu morri, mas esse ano
eu não morro”
Abração, Marconi Urquiza.
Escutem a canção inteira:

Bela crônica, bota leveza em assunto pesado. A lógica do mercafo não tem lógica.
ResponderExcluirNão, tem muito egoísmo.
ExcluirÓtima crônica! Bem no cerne dessa inquieta realidade!
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirOliveiros, ao escreve-la senti uma energia represada e que na medida que foi expondo o tema.
ResponderExcluirEspetacular! Marconi.
ResponderExcluirTentam frear nosso crescimento com sofrimento do povo. Este sem proteção das letras pela falta de bancos escolares.
Excelente, Marconi. A cada dia me convenço que o liberalismo, o capitalismo sem controle e as idéias de Adam Smith & Cia são teorias e ideologias "ótimas" para concentrar riquezas e distribuir miséria.
ResponderExcluir