https://vocerh.abril.com.br/coluna/diana-gabanyi/quatro-formas-de-praticar-a-empatia-no-ambiente-de-trabalho
Na última segunda-feira estive no velório do primo Bastinho, passei parte do tempo ali observando a esposa e os seus três filhos.
Tentei entender a tristeza que sentiam, a angústia que os acompanhou com o agravamento da doença e com o sofrimento que ela causou a ele.
De vez em quando, a esposa, um dos filhos ou os irmãos, sobrinhos levava a mão aos olhos e secava uma lágrima.
Depois de mais de hora, quando as orações terminaram tive coragem de me aproximar deles e ver Bastinho no caixão. Os cumprimentei e apresentei os sentimentos. Sempre tenho enorme dificuldade nestas horas. Ao conseguir fazer, senti-me mais tranquilo
Ao me afastar da sala de velório senti uma leveza no ambiente. A tristeza era serena, sem revoltas, compassiva.
Já com algumas horas de velório chegou um amigo de Bastinho, quando ele foi entrando no velório eu senti seu rosto mudando e o choro chegando, ele o segurou, entrou na sala e saiu rapidamente. Se juntou à irmã, que enviuvou há poucos meses.
O luto estava estampado nas expressões serenas dela, até quis conversar com ela, mas achei inconveniente.
Passado algum tempo o velório foi se aproximando da despedida final, os filhos lhe beijaram a testa, tocaram em uma das mãos de Bastinho e despedida final foi curta, apenas alguns metros o cortejo levou o corpo até o carro que seguiu para o crematório, bem próximo de onde estávamos.
Logo depois eu e Cida nos despedimos e voltamos para casa. No entanto, nos últimos dois dias tenho refletido sobre o luto e do vazio que as pessoas próximas a Bastinho sentirão.
Essa sensação de vazio não existe mais conosco quando nosso pai morreu em 1982, mas foi muito forte, muito forte, quando fomos jantar na noite após o sepultamento.
Até pensei em dizer aos filhos dele, homens adultos e com suas famílias, como se passou conosco, como o luto faz parte da vida e como a saudade do que não foi feito irá os acompanhar algum tempo.
Mas me falta proximidade, assuntos assim, para falar deles tem que haver permissão e necessário algum grau de amizade.
Não tenho, só tenho o sentimento e o coração aberto, para se houver oportunidade.
Por hora, é só.
Abraço, Marconi Urquiza

Dizem que a pior parte da vida é quando chegamos a uma certa idade e familiares e amigos começam a falecer e pensamos... quem será o próximo? Mais assim é a vida. Por isso temos que aproveitar cada minuto.
ResponderExcluirMorte e vida são bem próximos. Na verdade, quando nascemos, já começamos a caminhada rumo à morte. É o destino de tudo o que é vivo. A vida, é só o curto espaço de tempo que nos separa da morte! Precisamos sempre estar preparados!
ResponderExcluirConviver e superar esse momento é algo difícil demais. Deus, com sua infinita bondade, nos fortalece.
ResponderExcluirA morte e seu entorno é um assunto árido, triste e complexo para traduzir em palavras. Mas é um tema presente e necessario e nao poderia faltar na literatura de Marconi. Provoca reflexao sobre a brevidade e finitude da vida...
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