Naquela conversa curta fiz menção de um técnico que nos acompanhou e gritava em excesso. Seu nervosismo contagiava para ruim todo o time. Disse que não chamasse mais ele.
Aquele papo se encerrou em poucos minutos e segui para o campo a fim de olhar as peladas.
Quando foi ontem lembrei da minha verve de gritão, reclamão. Um chato.
Entre 1983 e 1984 eu vivia uma fase de grande preparo físico e isto me ajudava a ser um bom marcador. Um zagueiro de grande vigor físico, no sentido de marcar bem e não na violência. Na fase eu era um ótimo marcador e um péssimo "batedor".
Em certo momento nas peladas eu comecei a gritar. Passava meia hora gritando, como se quisesse animar o time.
Era o que eu desejava, mas o resultado era os colegas de pelada se chateando.
Fiquei meses nessa ladainha. Um dia jogava no gol e perdíamos por 2x0, em certo momento pedi para trocar de posição e fui para a linha. Ainda ensaiei umas reclamações (estímulos para mim) e senti algo estranho. Não se explicar, sei que me calei.
Calado corri como sempre corria naquele fase da vida e o time, penso, com base no silêncio, sem gritos, começou a reagir. De 2x0 viramos para 3x2 em 30 minutos de pelada.
Futebol tem uma coisa riquíssima. Um talento individual faz um time ganhar muitos jogos, mas é o time que ganha campeonato.
Dali para frente comecei a ser mais silencioso, algumas vezes chamo a atenção de forma objetiva por alguma falha, tentando não me achar superior e nem denegrindo a autoestima do colega de time.
As vezes vejo peladeiros do mesmo time discutindo entre si, aí, quase sempre penso: Para que esse estresse?
Para que esse estresse? Repito a pergunta, se os peladeiros veteranos vão, na maioria, por lazer e para manter a forma.
Por hora, é só. Ótimo final de semana.
Abraço, Marconi Urquiza

Bom dia, fica a dica.
ResponderExcluirSão realmente muito chatos os reclamões, o que "pega no pé". Em minha vida profissional, sempre procurei agradar mais os chefes legais, os que nos via como iguais. Queria que continuassem na posição. (Lúcia Ribeiro).
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