Em 1991 foi organizado um tornei de Futsal comunitário na AABB em Caraúbas.
Esta época era o tempo da caça aos marajás no governo Collor. Por isto e por outras coisas históricas a comunidade nos via com pouca simpatia.
Organizado o torneio entramos com o nosso time, faz tanto tempo, que penso que não tínhamos reserva.
O goleiro foi emprestado da cidade. O time era assim: Militão, o pivô, os dois alas; Luiz Augusto (craque no salão), Josafá e eu de parado.
Não lembro se a rádio da cidade divulgou o evento.
Por aqui, acolá, fomos chegando e chegamos à final.
Dia da final, ao redor da quadra, sem arquibancada, estava cheio, toda a cidade torcendo pelo time que iria jogar conosco.
Os torcedores a favor, bem poucos, apenas as nossas esposas, ainda assim, super discretas. Assim mesmo.
Começou o jogo; em certo momento levamos um gol. A torcida vibrou.
Não nos afobamos, continuamos jogando. Ocorreu que o pivô deles, alto, hábil, tinhoso, jogava se escorando no parado, tomou um tombo.
Não sei se antes do nosso empate, mas certeza, antes do segundo gol.
O cara era da minha altura, jogava às costas no meu peito. Era o craque, veterano, do nosso adversário. Jogador poderoso.
Lá veio a bola de lateral, o filho da mãe se escorou em mim e eu me apavorei. Comecei a desenhar o novo gol, acho que uma intuição anulou aquele pivô. Dei um passo para trás e ele desabou sentado na quadra. O inacreditável ocorreu, sumiu do jogo.
Militão empatou.
O jogo era mordido, um lá e cá medonho, já no finalzinho, Militão, 1.80 m, passou por meio time e fez o segundo gol. Se eu fosse descrever estava vendo um virtuose.
Ganhamos, campeões, fui cumprimentar Porquinho, meu colega do Sport Club Caraúbas e ele estava em uma tristeza só.
O tempo é ingrato, trabalhamos a semana inteira, parecia não haver foco, mas estávamos concentrado. Ao tomarmos o gol, não houve discussão, mas um revigorar das nossas vontades.
Luiz Augusto que conhecia salão como ninguém nos organizou. Naquele time havia zero de vaidade, Cem de união.
Só isso.
Não, mais isso.
Não havia nem medalha.
Era um querer, Vencer.
Marconi.
Excelente Marconi!!! Belo exemplo a ser seguido e praticado por todos nós.
ResponderExcluirObrigado.
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