sexta-feira, 3 de maio de 2019

Uma interpretação difícil. Invenção de Orfeu

Invenção de Orfeu, este é o titulo do poema épico do alagoano Jorge de Lima. É um único poema do
livro homônimo.


Comprei um da primeira  edição de uma coleção (ex-libri) desmanchada. R$ 5,00. O frete ficou mais caro.

Estava motivado por um dos programas Globo News Literatura da série Cidades Literárias.   Neste programa apareceram Quebrangulo, Palmeiras dos Índios,  União dos Palmares (Onde nasceu Jorge de Lima) e Maceió. Estas cidades ficaram ao lado de outras tantas renomadas: Rio de Janeiro, Nova Iorque, Londres, Buenos Aires, Santiago. 

Todas eles tem algo em comum. Grandes escritores nasceram, ou nasceram e viveram; ou apenas viveram a maior de sua vida. Não por coincidência, pois o Rio de Janeiro atraia a maioria dos escritores de renome desde o império até o fim da cidade como capital do Brasil. Graciliano Ramos e Jorge de Lima viveram nela.

Você não sabe como fiquei feliz que ao ligar a TV no programa fui vendo as imagens de Quebrangulo, onde nasceu Graciliano Ramos, com o andamento dos programas Palmeiras dos Índios, União dos Palmares e Maceió foram aparecendo, das quatro só não conheço União dos Palmares.  Reconheci as ruas estreitas de Palmeiras e de Quebrangulo e por causa desta cidade eu viajei nas minhas recordações para rever quando vi pela primeira vez a linda fazenda da família Goes e até o palacete que hoje é a prefeitura da cidade, salvo engano, foi da família Felino Tenório.

No mínimo eu me empolguei, do Velho Graça eu já havia lido vários livros, mas de Jorge de Lima nada, apenas ouvi na TV, de modo fugaz, uma linda estrofe de um poema dele. Por causa dessa lembrança e comprei o seu livro mais famoso: Invenção de Orfeu. 

Aí chegou o livro, capa de couro, soltando a tinta marrom. Edição de 1952. Comecei ler.

A leitura não foi fácil.  Pouca rima. Uma linguagem para iniciados em outros poemas épicos.  Em alguns momentos interpretei que se referia a epopeia da história brasileira desde antes do descobrimento. Grosso modo: dos heroicos portugueses aos bandeirantes desbravadores.

No meu caso, quando leio algum poema ou poesia eu busco a musicalidade, então saí procurando as rimas, há bem poucas , até que esbarrei nesta estrofe:

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.


Animado eu  prossegui lendo várias estrofes, mas em certo momento o que lia não fazia nenhum sentido para mim e eu não achei mais nenhuma estrofe musical, teimoso, continuei lendo até metade das 400 páginas, terminei parando. 

Parei, mas sobrou uma dúvida, uma questão de interpretação.

Anotei: "Um copo de mar ..." Me pus a interpretar, quando um indivíduo se lança em uma epopeia ele vai por qual motivo?

Então,  como interpretar esta parte do poema?

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.

Vou ajudar para encontrarmos uma resposta, trata-se do que:

Esperança ou perseverança?

Sei que a resposta não é simples, vou colocar um link desta parte, quem sabe ajudará a encontrarmos uma resposta.


Abraço, Marconi Urquiza












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