https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/04/isolamento-social-ratos-lixo-esgoto-esconderijo-alimento-pandemia-coronavirus-covid
Até ontem estava sem ideia sobre o que escrever. Puxava um assunto, outro, um livro, parte de um livro, um filme, um artigo, os cortes de vídeos da psiquiatra e escritora Ana Beatriz (Mentes Perigosas) e nada deu liga.
Fiquei a mutatar, paquerando a desistência de escrever a crônica desta semana.
Como se sabe, como diz o ditado popular: Quem procura, ...
Mas é preciso que certas ideias sejam pegas pelo laço, o cabra precisa estar atento para notar que uma é capaz de sair do terreno vago para formar um texto, uma mensagem.
Bem, depois dessa conversa mole vamos ao calo, ou caso, ou a uma conversa inviesada.
Tempos atrás comecei a ler um romance, daqueles que tem bandido, tem policial, tem crime, tem rico que sacaneia, tem pobre que se lasca, tem político que se mete na investigação, tem delegado que junta a imprensa para fazer espetáculo, tem preso que não é bandido, tem policial que faz tudo para aparecer e "cumpre seu dever" para o dono do poder e abusa do poder fácil e some no meio da burocracia estatal.
Aí aparece um cara que o leitor não dar conta. Quer dizer, o vê, mas não o percebe no emaranhado de gente, de cenas e de circunstâncias e ele vai passando incógnito no meio da turba e dos tiros.
É tão dissimulado que o leitor fica caçando em sua mente o que ele está fazendo no livro.
Tão ardiloso quanto um crocodilo que sai da água com rapidez e surpreende sua presa.
No caso do personagem por ser tão premeditado, mas TÃO PREMEDITADO, que morde com força e some nas sombras, quase um ostracismo, deixando rastros quase inexistentes.
Aí ontem pela manhã fui conversar com um advogado para defender a empresa em uma Reclamatória Trabalhista, a estreia da empresa nesse ponto da vida empresarial.
Levei o caso e voltei refletindo, na verdade, a continuação da reflexão que venho fazendo desde que li a petição inicial.
Li cada ponto reclamado, de início foi apenas a tomada de consciência do que se tratava.
Aí, ainda ontem, após coletar os documentos para a defesa, comecei a viajar nas conversas com o Reclamante dos últimos dez meses.
Pouco a pouco as moedas foram sendo colocadas no Caça Níquel.
Telefone corporativo, comprado e ainda assim reclamado.
Insalubridade, questionada e reclamada pelo ruído e não pelo risco biológico ou químico que tantas vezes comentou.
Horas extras, quase todo o tempo trabalhava menos de 8 horas. As poucas horas extras realizadas foram pagas. Os intervalos respeitados.
Dano moral. Como provocou para configurar um dano real. Até Síndrome de Bournout falou, mas desta não reclamou.
LER, como repetiu. 10 meses é pouco tempo para uma LER. Falava das mãos e colocou a lombar.
E como dominou o discurso, as atenções e as minhas preocupações ao longo dos meses. Um verdadeiro estrategista.
Bem, aí fui aos poucos juntando queixas, cobranças que pareciam aleatórias, peças de um quebra-cabeça com várias ações planejadas para ter elementos para a reclamação judicial.
Há em mim a convicção que tudo foi premeditado, cada passo, cada frase, cada teste à minha personalidade, cada experimento aos meus limites. Tudo premeditado, tudo.
E como um Rato ele emergiu gigante nos últimos meses de trabalho na empresa, provocando constrangimento com as clientes, reclamações pelo atendimento e por serviços ruins.
Foi tudo como um jogo, na base do prejuízo emocional e financeiro descobri que como micro empresário que não há espaço para ser bonzinho, não pode ser injusto, mas não pode bonzinho e ainda, tem que ser precavido como um bom enxadrista a projetar uma partida, se armando na proteção da empresa e de si mesmo.
Em resumo, não há espaço para amadorismo de qualquer espécie.
Por hora é só.
Abraço, Marconi Urquiza.
"Ficou curioso sobre o livro?"
"Gosta de quebrar a cabeça para saber antes do fim quem é o bandido?"
Escreva nos comentários do blog, passo o título do romance.

Mais uma vez, Parabéns Marconi. Falou sobre enxadrista e lembrei do Mano Marcello. Simmmm, manda aí o nome do livro.
ResponderExcluirMarconi, tens muita capacidade em prender a atenção do leitor e aguçar a indignação e a raiva desse "rato". Tanto que fiquei com vontade de ser voluntário na defesa. Pena não ser advogado. Parabéns pela crônica.
ResponderExcluirMuito boa a crônica. Do nada, ela surge. E o uso do termo Rato, apropriado para o "trabalhador", que provavelmente irá continuando a agir como tal.
ResponderExcluirQuanto ao livro, pareceu inspirado na História de um Brasil recente. (Lúcia Ribeiro).
Parabéns Marconi, não dá p ter coração. Qual o livro?
ResponderExcluirBela crônica para reflexão dos empreendedores que enfrentam diariamente os duros desafios das relações de trabalho.
ResponderExcluirInfelizmente temos *alguns* trabalhadores ardilosos que vivem na busca incessante de *criar direitos*. São ratazanas de porões que esperam apenas uma brecha para agir. Por outro lado, com todo respeito aos operadores do direito, temos determinados profissionais que andam com a petição pré preenchida e vivem nas portas das empresas, atrás dos *ratinhos* inescrupulosos, prontos para agirem.
Fiquemos com os ensinamentos do Prof. Robson Vitorino:
"A relação trabalhista é um desafio à convivência que respeite a dignidade humana, capaz de se organizar para fins produtivos, respeitando a liberdade individual, estabelecendo regras e autoridade consensual, controlando impulsos e buscando atuar dentro de um contrato social justo."
Abraço fraterno e ótimo final de semana. 🤝
O sistema é bruto, precisamos ficar com um olho no gato e outro no peixe. Valeu.
ResponderExcluirExcelente crônica Marconi. Mas, nada, que um cipó de caruá, não possa resolver essa situação escrota, provocada pelo rato.
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