Várias sessões, quase dois meses de desabafos reais e desabafos por não conseguir enfrentar àquela realidade que me oprimia.
Aquela sessão se encaminhava para o final, já havia me levantado e a mão no trinco parou ao ouvir: "E até lá você tem que viver", o complemento não veio, mas ouvi: "Aproveite a viagem".
"Aproveite a viagem como puder, mas aproveite!"
Ontem peguei um romance e fui folhear. Li a orelha com zero de interesse e me cobrei, leia o início do livro, você não vai ler mesmo.
Sem nenhum compromisso de ler aquele livro, li o primeiro capítulo, curtinho, que me atraiu, como um ímã poderoso a termina-lo.
Depois disso reli a orelha e olhei de novo a capa do livro com outros olhos, com outro significante e fiquei abismado com o título: Água Fresca para as Flores.
Se abrir a mente, o coração, Água Fresca para as Flores é capaz de provocar uma sucessão de ideias para preencher algumas páginas de nossas próprias histórias. Histórias de nossa viagem por aqui.
Aí folhei o primeiro capítulo. A abertura do livro, quase no final da página traz uma lição de igualdade que ocorrerá com todos nós. A personagem vai refletindo que a única diferença entre os mortos daquele cemitério ocorre apenas na madeira do caixão.
Passei alguns minutos com a frase reverberando mente, um estalido que fez escrever este texto.
Sabe, há momentos, nestes últimos anos, que me pego pensando: "E de agora em diante o que fazer para o resto da viagem ser prazerosa?"
Como resposta, fica tudo difuso e vou vivendo em busca dos pequenos prazeres, da sensação que faço algum bem, de servir sem esperar retorno, de tomar cerveja e conversar com os amigos sem nenhum compromisso com os conflitos, sem nenhum preocupação em divergir, só quero ouvir as histórias, quando muito acrescentar alguma boa; "jogar conversa fora", rir das lezeiras e voltar para casa mais leve.
O tempo voa, a viagem fica sempre mais curta, então vamos brindar com uma cervejinha bem gelada?
Bem, nessa viagem, por hora, é só.
Abração.
Marconi Urquiza.
Junto com essa expectativa: "E até lá?", também vem a sensação de que os dias estão mais curtos. Mas creio que sou eu que estou mais lento, fazendo parecer que o dia acabou mais depressa. Não me preocupo com a "última viagem", porque sei que ela virá um dia. Faz parte desse ciclo, que é a nossa passagem por aqui. Também não me preocupo com o que virá, ou não, depois. Seria "sofrer por antecipação".
ResponderExcluirComo diz Marconi, é preciso buscar motivações, dia após dia. Alegres ou tristes! Estas, para serem superadas. As alegres, para serem bem aproveitadas, porque, de fato, estão cada vez mais raras. E, entre as melhores motivações, estão os encontros e os reencontros com amigos e amigas. Eu que o diga!!!
Viver no formato sugerido por Gonzaguinha, em "O que é o que é" talvez seja a melhor alternativa. O texto nos leva a cuidar rápido, o tempo é curto.
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