Eu jogava eventualmente, só aumentava a presença no campo nestes períodos, ia mais no clube para encontrar pessoas. Na época, meros conhecidos.
Por causa dos treinos os nomes começaram a se fixar em minha mente.
Então para não ficar na solidão fui aumentando as idas à AABB. Quarta e sexta. Ia para ver gente.
Ia para ver gente. Só para ver.
Queria ouvir vozes e não apenas as vozes dos meus pensamentos.
Certa vez encontrei dois colegas aposentados conversando e bebendo cerveja. Perguntei se podia sentar. "Senta aí", e uma cadeira foi apontada para mim.
Nesse tempo ainda pedia a minha cerveja, diferente da que eles bebiam.
Então comecei a vir, assinar o ponto, ouvir mais que falar. Esses amigos eram quatro, com histórias em comum. Amigos de décadas. Então eu ouvia, ouvia, é bom ouvi-los.
Aquele dia para beber cerveja foi se ampliando, um compromisso de minha parte crescendo. Embora tenha faltado muitas quartas-feiras, vi a importância daquela conversa semanal.
O tempo passou e eu fui fazendo parte daquele grupo de amigos, a ponto de minha presença e atenção serem cobradas.
Em alguns dias, a mesa fica cheia, em outro, são apenas dois e amizade vai sendo renovada.
E tudo isso para dizer: Ei amigos!
Aquele abraço. Aquele abraço França, aquele abraço Joãozinho, aquele abraço Loyola!, aquele abraço Valter.
E para não deixar o futebol de fora, até que quase dá para armar um time de society.
Na ordem dos nomes. Vai um
volante, um atacante, um ala esquerdo, o meia-atacante e eu, o zagueiro.
Bem, o abraço mais apertado. Assim que começamos nossa jornada amizade, de copos cheios, um dos amigos diz: "Que minha mulher nunca fique viúva" e os copos tilintam. Aí outro saca, "que não falte..." Bem, fica o resto para outro dia.
De nossa parte, um cheiro para nossas esposas, uma trem de humor e uma terra de amor.
Bem, por hora é só.
Abração, Marconi Urquiza.
(*)
Muitas vezes fico esperando esta delícia de publicação às sextas, obrigado e parabéns, faz todo sentido encontrar os amigos aposentados, sou aposentado há 22 anos, e ando muito ausente desse meu povo. Obrigado e parabéns.
ResponderExcluirUma rodada numa mesa com amigos é o oxigênio que precisamos para aliviar as tensões do cotidiano. Valeu amigo.
ResponderExcluirBoa Marconi. Precisamos destes encontros que, muitas vezes, é uma terapia semanal.
ResponderExcluirRoda de amigos e boas conversas. Momentos de interaçao, emoção e muita descontração. Uns vão de cerveja e bola, outros wisk e dominó, outros no xadrez e coca cola, outros no voluntariado com direito ao happy hour e assim vai acontecendo as interações e acabando com a solidão e isolamento social, causa de muitas doenças em todas as idades.
Zeca Pagodinho fala que
"A cerveja e a cachaça são os piores inimigos do homem. Mas o homem que foge dos seus inimigos é um covarde."
Simbora viver com sabedoria e não deixar que o tédio assuma o controle, pois o remédio está na roda de amigos.
Esse grupo existe a décadas, não é um grupo fechado, mas amigos que tem pensamentos e atitudes parecidas, respeitando sempre e discutindo opiniões. O tempo passa rápido mas, ninguém se embriaga, no final sai no máximo 2 cerveja pra cada um. Marconi se encaxou certinho com grupo.
ResponderExcluirA vida é a arte do encontro, já dizia o poeta Vinícius. Parabéns pela tema, Marconi. Sabia que o seu olhar atento de cronista um dia iria levá-lo a escrever sobre esse encontro costumeiro . Gostei.
ResponderExcluirComo esposa de um deles, atesto que a cerveja das quartas-feiras, com os amigos, equivale a muitas sessões de terapia, e ainda custa bem menos. Portanto, brindem à vida e à amizade. Acho que posso falar em nome das demais esposas: a gente deixa.
Quanto ao desejo de viuvez, a gente também deixa vocês acharem que sobreviverão sem nós, só para que se sintam felizes.
Brindemos à alegria do encontro e à arte de transformar vida em texto para nosso deleite: tim,tim!
Parabéns Marconi. Participar de encontros, ouvir e arejar a cabeça trazem incontáveis benefícios a vida. Abraços fraternos.
ResponderExcluirNesses dias em que me encontro convalescente de inesperada pancreatite, sinto falta dos nossos encontros e da amizade rizonha de nossos brindes. Marconi, Valter Brás, Joãozinho, França e eu creio que transparecemos que nossa mesa é uma mesa acolhedora que recebe a todos com os braços abertos da amizade. Parabéns, Marconi, espero breve voltar aos nossos brindes.
ResponderExcluirÉ mais que uma crônica, é um caminho a seguir, um remédio pra solidão que vez por outra aparece sem ser convidada. Um bom circulo de amizade faz toda diferença na nossa vida. O cronista é um dos grandes amigos que o BB me legou. Isso não tem preço!
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