
Estou com essa frase rodando na minha cabeça há muito tempo: Imagina o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente.
Quem lembra? Nordeste Independe, poema de Ivanildo Vila Nova e Bráulio Tavares.
Na época significava o desejo de um Nordeste valorizado, apoiado pelo Estado Brasileiro e um Nordeste que desse a sua população uma vida materialmente mais rica.
Quando a ouvi, em 1986, na voz de Elba Ramalho, trazia o orgulho de um sonho, sonho de uma vida melhor.
Foi um ato de rebeldia de um repentista e um poeta gritando para dizer: a gente pode cuidar de nós mesmos.
Mas o tempo passou e em certo momento um político na moita começou a investir por aqui. Em outras regiões havia suas benesses, sem uma comunicação ampla, cada pedaço se achava mais prestigiado que a outra região até que tudo foi escancarado, o progresso no Nordeste entrou em slow motion e voltou a fazer sentido a frase do deputado Justo Veríssimo:
Pobre! Tenho horror a pobre! *
Justo Veríssimo, personagem do humorista Chico Anísio.




