quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Considerações de um chute.

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Considerações de um chute: Reestruturação no BB.

- Vamos partir da premissa que o BB visa, internamente, ganhar eficiência  e o princípio da especialização indica a direção das alocações do pessoal.

- O segundo ponto é "motivacional", chacoalhar os funcionários para os manter ligadíssimos nas suas coisas.

- Outro ponto. Gerar imenso desconforto e insegurança para fazer os remanescentes da geração anterior a 1998, que estejam aptos a saírem do BB pela Previ, pegarem o boné.

- Mais um ponto. Expulsar as "ovelhas negras", os não adaptados e outros indesejados pelo BB para aderirem a "demissão consensual". Haja pressão para esses.

- No âmbito da comunicação externa é mostrar que o BB está se modernizando e ganhando eficiência (maior lucratividade), semelhante aos bancos privados. Arrisco a dizer que a contabilidade vai ser destravada, mais lucro a ser anunciado.

- Os aspectos que possam indicar uma privatização não estão descartadas.  Por hora o governo ainda precisa do BB e da Caixa para auxiliar/forçar a adesão dos parlamentares aos seus objetivos.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

2018

                                     Resultado de imagem para política
                                        Fonte: www.uai.com.br
 

    As vezes decidir o assunto de uma crônica gera uma enorme indecisão, melhor é quando acordo já com uma ideia definida, me sento ao computador e ela já sai pronta, quentinha como o pão da primeira fornada da padaria.

     Mas não é assim, fácil. Há pouco olhei uma pequena estatística deste blog, das 21 crônicas publicadas outras 18 outras são rascunhos. Acho que a autocrítica me impediu de publicar a maioria delas.

    Uma das crônicas, particularmente, foi apreciada por 1740 leitores (O silêncio de uma doença), outras, menos de 40 acessos.  A campeã de leitura trata de uma situação insidiosa, que é a perda de um amigo por suicídio, uma pancada tão grande como um assassinato, da qual tenho experiência.

     O suicídio, uma condição humana extrema. Antes de redigir esta crônica li que o suicídio é uma situação de extremo narcisismo que afeta quem fica vivo. Não sei, achei um conclusão afetada.

    Por estímulo de um grupo de Whatsapp no ano passado passei meses lendo muitas matérias sobre a Lava Jato. Do que a grande mídia empresarial nos queria impingir, da tentativa de ler outras visões da mídia autofinanciada, com poucos recursos, mas que ousava fazer análises mais aprofundadas envolvendo os protagonistas, os fatos e as contradições propositalmente ignoradas pela mídia dos grandes veículos. Queria fugir dos conteúdos tendenciosos e busquei, como ainda busco comparar o que leio com umas poucas matérias jornalísticas mais equilibradas, que comentam os aspectos jurídicos, éticos e fáticos que envolvem as ações da Lava Jato e suas derivações.

    Ocorreram muitas Brasil afora. Conforme vasto noticiário há disseminação do uso dos mesmos métodos da Lava Jato: a condução coercitiva de surpresa; a espetaculização das operações; a convocação de contingente imensos da Policia Federal para atuar contra uns poucos investigados e os enormes vazamentos, seletivos, que parecem ter diminuído.  Por fim, o mais famoso dos métodos: a prisão preventiva para força o acusado a aderir a delação premiada, situação muito criticada pelos juristas. 

     No conjunto uma estratégia nova  no Brasil, um método novo para atingir os encastelados no poder e na força do dinheiro, de reais resultados, tanto pelo lado bom, o da punição, quanto pelo questionável: as reclamações de abuso de poder, com os questionamentos do risco de abrir brechas para o arbítrio. 

     Esta é uma situação típica dos dilemas do tamanho do universo: se pune sob o objetivo de não deixar criminosos sem serem sentenciados, utilizando métodos não agasalhados pelo direito do Brasil e com um processo mais rápido ou segue os trâmites e as filosofias tradicionais e torna o processo mais lento?

     Há muitos a favor da celeridade e outros que veem risco institucional em se quebrar o arcabouço jurídico. 

    Mas uma das operações com aplicação dos métodos da Lava Jato tem me rondado a cabeça desde que li a notícia: O caso da operação (Ouvidos Moucos) que prendeu o falecido reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier. Após a prisão, em 18 dias ele se suicidou. Vergonha, humilhação extrema, revolta, culpa, abuso das autoridades, culpa fática. Quais desses vetores provocou a decisão extrema?
    
    Chegamos a 2018. 

    Ele já iniciou com algumas conjecturas em cima do julgamento de Lula no TRF 4, as análises se repetiram durante o dia de ontem. Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, colocou que o STJ já discute se a votação for 3 x 0 o destino de Lula estará sacramentado, se for 2 x 1, o recurso poderá ser analisado e ele ter alguma chance de ser candidato neste ano. 

     Eu fiquei parte de ontem matutando, seria uma análise legítima? Seria o desejo de passar recado? Seria uma prévia ou premonição do julgamento ou seria o desejo de influenciar os magistrados do TRF 4?

     Tudo que envolve Lula é cheio de certezas, incertezas, verdades, não tão verdades, tudo tem um quê de dubiedade muito extremo. Qual verdade marcará a história dele? A verdade dos autos? Ou uma pós-verdade garimpada por algum historiador corajoso e uma editora igualmente corajosa?

     Você acredita que ela vá ser candidato? 

     Eu sinto que não será. No entanto,  estou muito curioso como vai se desenrolar a eleição presidencial deste ano se o TRF 4 condenar Lula por 3 x 0. 

 

 
 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A bola nos unia

       

       A gente sabe que final do ano é o momento das viagens para os reencontros com familiares e que na medida que os pais morrem tais encontros vão, paulatinamente, escasseando.

     Por anos, do início da adolescência até começarmos a sair para estudarmos fora, o oitão da igreja Matriz pelo lado da rua Conselheiro João Alfredo era nosso campo de futebol lá em Bom Conselho.

      Começava por volta das sete horas da noite e ia até acabar a novela Irmãos Coragem. Ali se dava nosso encontro diário, só interrompido quando as barracas para a festa do Natal eram montadas.

       Assim, regado pela Copa do Mundo de 1970, todo menino ali era um craque nos seus sonhos.

       A bola rolava solta, descia e subia ladeira.

       Do lado cima as janelas da casa do seu Barretinho e os janelões da casa paroquial, cujo inquilino, nada menos que o padre Carício.  O temido, exigente, cabuloso e para mim o chato que me dedurava a papai por banalidades.

         Do lado de baixo, uma ladeira, e se a bola acertasse a rua Manoel Borba a gente teria que correr uns quinhentos metros  atrás da bola.  Em tempo, só tínhamos uma.

        Dita as posições dos gols marcados com sandálias havaianas, não se podia chutar forte.  Regra mais importante que o pênalti, aliás, uma raridade, não havia marcação de nenhuma área de perigo de gol.

      Não para jogarmos futebol, mas no começo do mês, eu e meus irmãos - Marcello e Marden - nos encontramos com o nosso amigo Joseilson, encontro provocado por um amplo encontro com os bom-conselhenses liderado por outro amigo daquele tempo do campo de paralelepípedos da rua João Alfredo, Antiógenes, o missionário do reencontro.

      Do trabalho, poucos respondem, mas é possível reencontrar amigos diletos já passados  dos cinquenta anos de idade.


     

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A bola do Natal



     

            

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     Papai Noel já não era parte da fantasia, mas o desejo de um presente no Natal perdurou por muito tempo.

     Nessa época eu comprei na feira livre de Bom Conselho uma camisa branca cujo colarinho tinha as cores do Fluminense, meu time do coração naquele tempo.
     
     Juntei uns trocados e pedi para pintar o escudo do time na camisa. Agora ela era "oficial".
      
     Nas peladas da rua eu jogava com ela satisfeito.  A bola era a Canarinha. Nunca vi uma que pegasse tanto efeito e todo chute parecia uma tomba, ou seja, uma bomba.
       
     "Mas que nada", na bola capotão, mal saia do lugar.
     
     Quando chegou a bola Dente de Leite, mais pesada, o vento da serra de Santa Teresinha já não dava tanto efeito, mas a danada pulava feito burro brabo e quando descia a ladeira, meu velho, nem Jairzinho pegava. 
      
     Bola Canarinha, bola Dente de Leite, bola capotão, mas faltava realizar meu sonho, ter a minha bola de couro.
       
     Com a mesadinha curta eu só sonhava e desejava, as vezes falava que queria uma.  Nessa época papai estava bem apertado de grana, eu não tinha nenhuma expectativa de ganhar uma.
      
Resultado de imagem para desenho de uma bola de futebol    O Natal ainda estava longe, mas chegou antes, em uma madrugada de  outubro de 1972.

    Foi uma manhã extraordinária, quando acordei ela estava lá, na cabeceira da cama. Reluzente, Marrom, Cheinha, Cheirosa, sonhada como nenhum outro brinquedo, era a "minha bola de couro". A agarrei, meu coração saltitou, saí aos pulos do quarto abraçado com ela e fui para a "cadeira do papai" brincar de quicar no piso da sala de jantar.
    
   Nem prestava para jogar no calçamento, mas foi lá que ela cumpriu a sua missão de fazer um monte de meninos felizes.



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                                         Feliz Natal minha gente!  




22/12/2017

Fonte: Bola. Disponivel em www.educolorir.com

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Já imaginou

                                         Resultado de imagem para nordeste independente
    
    Estou com essa frase rodando na minha cabeça há muito tempo: Imagina o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente.

     Quem lembra? Nordeste Independe, poema de Ivanildo Vila Nova e Bráulio Tavares.

    Na época significava o desejo de um Nordeste valorizado, apoiado pelo Estado Brasileiro e um Nordeste que desse a sua população uma vida materialmente mais rica.

    Quando a ouvi, em 1986, na voz de Elba Ramalho, trazia o orgulho de um sonho, sonho de uma vida melhor.

    Foi um ato de rebeldia de um repentista e um poeta gritando para dizer: a gente pode cuidar de nós mesmos.

      Mas o tempo passou e em certo momento um político na moita começou a investir por aqui.  Em outras regiões havia suas benesses, sem uma comunicação ampla, cada pedaço se achava mais prestigiado que a outra região até que tudo foi escancarado, o progresso no Nordeste entrou em slow motion e voltou a fazer sentido a frase do deputado Justo Veríssimo: 
       

      Pobre! Tenho horror a pobre! *

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     Justo Veríssimo, personagem do humorista Chico Anísio.
    
     

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Estalei a língua ao beber

                                        Imagem relacionada

     Tem coisa mais típica que estalar a língua quando se bebe um gole de uma bebida saborosa?  Não tem.
     Eu disse para vários amigos que estou brincando com a revisão/edição/preparação do texto do romance de ficção que escrevi: "A puta rainha".

     Mas esta não é uma crônica para literatas, é de descoberta.

     Desde março do ano passado venho me dedicando a escrever este romance, leitura novas, releituras e muita leitura de ficção.
     Acho que nunca li tanto olhando a técnica de cada escritor.  Não o olho do crítico e sim o olhar do aprendiz.
     Uma coisa mudou significativamente, mesmo lendo um livro ruim, eu passei a respeitar e valorizar o esforço de quem o escreveu. Além disso passei a comprar nas livrarias livros novos, o escritor precisa ter a remuneração para o deleite que tenho ao ler seu livro. Por fim,  passei a ler devagar. Passei a sentir cada sabor de uma palavra, da construção de uma imagem, da emoção de um personagem e do escritor, que sente a mesma emoção quando se transmuda escrevendo seu texto.
     Sou fã de três escritores, bem mais de perto que outros ótimos escritores.  Gabriel Garcia Marquez, Mário Vargas Llosa e o Velho Graça.
     Graciliano Ramos, Velho Graça.
     Era um fã que havia lido pouco as suas obras. Amigos como pode ser fã sem beber na fonte?
     Era fã só de ler o que se falava dele. Absurdo, também acho, mas tão comum nos dias atuais, onde se critica sem conhecer o objeto criticado.
     Aí comecei ler Vidas Secas e o livro mais que narrar vidas pobres é escrito para que a pobreza seja sentida a cada frase. É verdade, ali, naquela história, não cabe enfeite e Graciliano Ramos queria transmitir exatamente essa impressão.
     Li o livro de apenas 128 páginas em 30 dias.  Lia pouquinho por vez, li como se estivesse com pena de gastar o último  grão de mostarda da terra.
     Agora estou lendo Angústia, outra escrita primorosa, suave, saborosa e descobri algumas coisas, eu imitava o estilo dele, nos diálogos  e em várias outras construções narrativas só tendo lido Infância e, lá se vão 13 anos. Intuição, penso eu.
     Quer ler algo bom, mas bom mesmo, leia o Velho Graça.  Se municie de um dicionário e saboreie o melhor do melhor.
      
Marconi Urquiza.

Em tempo:
      Tarcizo Leite,
      Pensei em você quando nos encontramos na biblioteca da AABB Recife e me perguntou sobre as crônicas que haviam sumido. Esta é a razão desta crônica.
       Muito obrigado pelo estímulo.

     

sábado, 15 de julho de 2017

A doçura do espírito

    
    
    Hoje eu descobri que perdi a doçura do meu espírito, meus últimos anos de trabalho no BB e outras vicissitudes da vida tornaram meu espírito árido e ao estudar sobre as sombras da gestão e da ética me tornei crítico, muito crítico.

     Mas hoje encontrei o amigo Luisinho, Luís Aprígio dos Anjos, colega de trabalho no BB de Surubim, uma pessoa doce e a primeira pessoa que lia um livro estudando-o, estranho na época para mim, coisa que faço hoje como escritor amador em busca de ideias para uma narração literária.

     Aí depois de 10 anos, na querida Surubim, reencontro ele e ele fica alegre, eu também, aí é ele me diz que eu escrevi um poema para ele, nem lembrava que eu havia feito, ele me trouxe com essa  recordação a minha melhor essência, essa docilidade que herdei do meu avô e do meu pai, dos meus tios, de muita gente, de tanta gente que convivemos pela vida.

    Já dei livro que não foi lido, mas que o presenteado falava de memória para mim a dedicatória que fiz para ele.

      Eita Luisinho, você me fez muito feliz ao recordar a doçura da alma.

Marconi Urquiza
    
     

O poder revela ou transforma uma pessoa?

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