sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
Qualidade saiu de moda
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
Voluntarismo e o campo esburacado do amadorismo
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
Bom dia! Um cafezinho?
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
Hoje estou com vontade de chorar
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
DISTOPIA SENSACIONALISTA
Já pensou, você abre o Zap e aparece a imagem de Pinoquio e a chamada: A Lei de regulação da mentira foi sancionada.
Já pensou como seria o regogizo na política. A mentira regulamentada, as eleições sabiamente conduzidas pelos postulantes. A população se tornaria sábia com a contribuição dessa regulamentação.
Seria uma distopia fenomenal, verdade. A verdade como vocábulo cairia para a caverna das linguas mortas e sumiria dos dicionários e das mentes de todos nós. Aí, ao clicar no zap predileto você leria, na abertura da imagem: A mentira regulamentada pelo Lei XXXX/2100, e você acreditaria se quisesse. Não seria iludido.
Como não haveria nenhum contraponto da mentira contra a palavra morta, o mundo olharia para tudo com a confiança plena que seria tudo assim, fluído, pacificado pela mentira, não haveria briga. Para que brigar se a mentira estará regulamentada.
De boca cheia as pesquisas eleitoriais ocorreriam assim: Pesquisa Eleitoral depositada no Ministério da Mentira, regulamentada pela Lei XXXX/2100. Pense na paz, que paz seria. Tudo ficaria mais produtivo, a energia só seria gasta com coisa boa, benéfica e produtiva.
Quando alguém dissesse: isto é um mentira; todos caíriam em risada, alguém faria um meme, os haters endoidariam: Que isso, Mentira? Não existe!!!! E quase resgataram da sua defuntisse a palavra sumida no dicionário das línguas mortas.
É preciso regulamentar a mentira. Uma mentira: perdão objetivo; duas mentiras: perdão parcial, a pessoa teria que contar mais quatro mentiras em 1 minuto. Três mentiras: Sem perdão, ficaria suspenso da internet 1 ano.
Assim, a regulamentação teria que ser uma armadilha para que a palavra sumida no dicionário das línguas mortas fique para sempre presa.
Portanto, indique para seu parlamentar federal que faça a lei que regulamente a mentira, tudo isso em nome da paz.
Assim, haveria dois benefícios imediatos:
O primeiro. Não haveria nenhum estresse e nem ansiedade para se saber se a mentira é apenas mentira ou se ela uma mentira distópica, cabeluda, prejudicial.
O outro: a tranquilidade, pois todos estariam mentindo. Para que briga, discussões, agressões, xingamentos? Todos, ao contrário de hoje, estarão do lado certo, correto. Ao lado mentira.
Aí, um dia, Cem anos depois, um pregador entra na internet desse tempo, comandada pela Inteligência Artificial e começa a pesquisar o desconforto que vem ocorrendo há vários anos.
As pessoas insatisfeitas, as máquinas insatisfeitas, comida demais para alguns, comida pouca para um montão. Ele se sente angustiado, seus fieis aumentando exponencialmente, mas já não têm a cara de felicidade, os céus tão prometidos já não alimentam as almas, os seus céus tão almejados para os tempos vindouros também. A palavra sagrada, repetidas como bastião do universo, está virando descrença.
Aí ele abre um livro em busca de socorro, precisa mudar o rumo daquela insatisfação. Aí vai passando as páginas, ele sabe de tudo aquilo, ele tem aquele livro decorado, é capaz de dizer tudo sem nem abri-lo. Para que abriu, se sua mente funciona como um computador quântico?
Nisso ele se depara com uma palavra. Corre na base universal dos livros sagrados, tudo virtual, a palavra estava lá, quem a resgatou do dicionários das linguas mortas? É preciso achar esse culpado e unir o rebanho de novo, trazer o rebanho rumo a si mesmo e ao controle da felicidade. Deu um comando e a apagou. A enterrou mais uma vez.
Amigo e confidente da maior autoridade do pais, sentiu que deveria atualizar a Lei da Mentira, disse uma mentira e correu para dizer a sua angústia, mas como dizer.
Aí a distopia mais uma vez surgiu, alguém achou um livro antigo, ainda de papel, estava dentro de uma casa, em um buraco, envolto em um plástico, preservado. "Quem morou aqui?" E foi atrás de responder a essa pergunta, cada vez que buscava, mais portas achava para abrir, cada vez que lia um nome, outros tantos apareciam e um emaranhado foi se formando, já não tinha rumo quando comentou a sua angústia para um Homem Santo. "O que você procura, filho? O nome de quem era esse livro. Por que procura? Por causa disso, leia aqui, não tem no livro novo."
O Homem Santo espichou o olhar, sem se dar conta que estava conectado à sua imensa rede da Internet, sob o comando da Inteligência Artificial para propogar tudo que dizia. Baixou a cabeça e leu, seus óculos dotados de câmera também leram.
"O que te angústia?" Ele perguntou com a voz doce, alisando o papel fino, suave. "Leia aqui", o fiel angustiado apontou e o Homem Santo leu, sem se dar conta que havia acionado seu imenso púlpito. "Você está preocupado com isso, com isso aqui, é? Ligue não."
Aí o fiel disse: "Não, não é essa, é aquela", e aponta a frase, prontamente lida pelo Homem Santo: "Dizei a verdade e a verdade vos libertará", então repetiu em tom de pregação: "Dizei a verdade e a verdade vos libertará", e aí como se tivesse pregando, disse: "Fiel, a verdade vos libertará". Então deu um toque e se desligou da rede, mas a inteligência artificial atuou.
Aquilo ficou propagando 24 horas sem nenhum bloqueio, Homem Santo teve um desmaio e foi parar em um hospital, oito dias depois, ainda debilitado foi pregar e o que ele ouviu da multidão, ao entrar no púlpito: "Fiel, a verdade vos libertará", ali mesmo ele tocou no intercomunicar e disse: "Senador Jesu, mude urgente o nome da Lei da Mentira, para a Lei da Verdade. É só o que fiéis estão dizendo".
“Mentira tem pernas curtas”
E anda por linhas tortas
Seu dicionário usado
Representa línguas mortas
Não tem a perenidade
E sabe que verdade
A sua grande comporta.
Ademar Rafael.
E a distopia se completou.
Até a próxima, Marconi Urquiza
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
ESTADO ÚTIL
Na última terça-feira encontrei-me com o professor Charles. Nós de vez em quanto nos encontramos na biblioteca da AABB. É sempre um bom papo. Perguntou-me sobre a empresa que ajudo a administrar, como ela está e em certo momento se falou sobre o papel do Estado.
Quando ele concluiu seu raciocínio eu entrei com uma opinião bem pessoal, algo que veio naquele momento supetão, nunca havia pensado antes nestes termos. Acho que se somou a uma série de reflexões que venho, aleotariamente, fazendo nos últimos meses.
Veja, vou fazer uma introdução simples. Por Estado entendo aquela entidade em que se somam a União, Estados, Distrito Federal e os municípios. E tudo, tudinho que está sob a gestão do poder público.
Há muita coisa nesta relação: Justiça, Saúde, Educação, Segurança Pública e Nacional, Política, Congresso Nacional, etc. É tudo isso e muito mais.
Voltando para a conversa. Ela suscitou a lembrança de um clichê da Economia e também da Política: Estado Mínimo. Quando o Estado sai de quase tudo.
Em outros termos, é o Estado em que o "mercado" toma conta e ele ficando para agir com o "essencial" das suas funções. Mas o que é essencial para uma população? O que é essencial para tempos de crise? O que é essencial em um país, enfim?
Na conversa com o professor entrou o assunto dos setores estratégicos que devem ficar sob a gestão do país: Energia, Água, por exemplo. Quais mais?
Em um país como o Brasil, heterogêneo ao extremo, as necessidades dos grupamentos sociais são muitos diferentes. Como o Estado, essa entidade de Poder, de organização temporal, espacial, de regulação atua?
Como o Estado atua? Como o Brasil atua?
Em linhas gerais, mesmo que não esteja afinado com os termos da Economia, pense:
- Qual é a lógica do "mercado"?
- Qual dever a lógica do Estado e de suas entidades?
- Qual deve a ação concreta do Poder Público em todos os seus pontos de atuação?
Quando estava, eu mesmo, tentando responder a estes questionamentos veio à lembrança de uma frase lida no início dos anos 1980, que para mim foi tão significativa que nunca esqueci da sua essência.
A li no livro A Primavera de Praga, de Pavel Tigrid. Em certo trecho ele escreveu, vou parafrasear, pois não lembro exatamente da frase. Mas vale a pena ler a sua essência:
A democracia é quando o Estado buscar equilibrar a força do mais forte em apoio ao mais fraco.
Então como deve ser o Estado, o Estado Brasileiro?
Como deve ser?
Naquela conversa com o professor saiu essa ideia: O Estado tem que ser útil. Útil para quem precisa, para quem não tem força e nem recurso. Também para agir onde e quando a necessidade existir, onde e quando a necessidade exigir. Útil para atuar na emergência, útil para transformar a realidade de carências que crassam Brasil afora.
Enfim, o Estado tem que ser útil, verdadeiramente útil para a população e não apenas para alguns dessa população.
Tudo que ouvi falar sobre o modelo de Estado havia lido e ouvido em aulas, esta foi a minha ideia e não tem nenhuma teoria por trás, apenas um sentimento.
Por hora, é só.
Abraço, Marconi Urquiza.
Obs: Aberto à crítica.
Logue pelo gmail e deixe seu comentário no blog.
Abraço, Marconi Urquiza
Marconi Urquiza
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
O Game do Inexplicável
Vivemos em um país com tantas carência sociais que parece um mundo inteiro que não cabe nas palavras dos candidatos.
Comecei a ouvir, aqui e ali, as pequenas entrevistas que surgem, filtradas nas reportagens da televisão. Frases e mais frases vazias, ditas por necessidade de dizer, desatreladas do querer fazer ou das dificuldades que tais intenções esbarrarão no futuro.
O que mais toca meu coração é a falta de convicção.
Por outro lado, não de hoje, mas, como todos sabemos, que o que há propagações de vídeos e palavras multiplicadas milhões de vezes pelas redes sociais, pelo Whatsapp e outros meios de comunicação digital. Onde quase tudo virou um game.
Não passa de um jogo onde tudo vale para ganhar, onde a palavra tudo vale, menos para fazer o bem a enorme população carente que anda a passar fome. Mas há um algo que é dado com abundância, todo santo dia: o ódio.
Muito tempo atrás, uma inquietação rondou meu espírito. Uma inquietação que levou anos, mais de 40 anos em busca de uma explicação, para a qual apenas constatei bem recente, que aquilo tudo veio de um processo histórico, de uma cultura eivada por uma valorização da violência, mas, ainda assim, o que achei é incompleto.
Estava imaginando, nesta semana, que escreveria a crônica como se um conto fosse. Fiz o primeiro rascunho e foi um menino de 9 anos, sentado no meio de dezenas de adultos, comendo na varanda de Arnaldo os pedaços de queijo que eram para os homens envolvidos em uma conversa tensa, após o resultado da eleição de 1968. E ele percebeu algo inexplicável e desconhecido.
A cidade, mais do que estava rachada, mais do que nunca, naquele ano, esteve perto de uma guerra fraticidade entre os partidários dos dois maiores grupos políticos daquele tempo.
Dali se evoluiu para aqueles homens poderosos, daquela pequena cidade, como uma solução para pacificar: a eleição de candidato único. A história mostra que o efeito foi ao contrário da ilustre tentativa de pacificação.
Vamos voltar para o menino de 9 anos que cresceu ouvindo muitos adultos falando em política, na parte da política que é para ganhar, na parte dela que é pura apelação. Ele não entendia por que tudo naquela cidade, que envolvesse qualquer coisa que arranhasse eleição lhe parecia haver raiva. Uma raiva introjedada, que em tempos de "paz", ou seja, entre as eleições, ficava escometeada, escondida sob capas de um frágil verniz. Era ódio puro, como fogo de munturo, só esperando uma pequena brasa para queimar tudo.
Agora volto para 2022, 2010, 2006, passando por 2014 e 2018. O que se tem em todos estes anos ? Eleições. O que há em todos eles? Manipulação.
O que ocorreu antes e ocorre em 2022? Ocorre. Indução ao Ódio.
Foi este sentimento que aquele menino de 9 anos não compreendia, mas percebia e que não sabia como identificar aquela energia visceral que corria nos comícios de sua cidade. Tal percepção ele levou para a vida.
Depois este sentimento ficou muito claro para o menino que foi se transformando em adulto. O que nunca ficou claro, foi por que se odiava tanto naquela cidade, se quem era odiado não tinha feito mal aos odiadores.
E hoje? Acho que ainda estou preso nas impressões daquele menino de 9 anos, na busca por uma resposta, ansiando por uma explicação.
Esta realidade foi para mim o game do inexplicável.
E você, alguma vez você foi estimulado a odiar e odiou, mesmo sem ter um motivo?
Bem, por hoje é o que tenho. Ótima semana.
Abracço, Marconi Urquiza
O poder revela ou transforma uma pessoa?
imagem: Orlando/UOL. Um papo na última segunda-feira entre aposentados do Banco do Brasil que tiveram poder concedido pela empr...
-
Por Djalma Xavier. Pra começo de conversa, trago dois personagens que tem algo a nos ensinar e ilustram bem as questões principais...
-
Sábado passado me larguei de Recife no meio da tarde e fui a Bom Conselho. (284 km). Fui por que o amigo Antiógenes me incluiu e...
-
Ontem o amigo Loyola se foi. Há alguns meses descobriu um tumor no pâncreas. Ao saber da notícia, no início da noite, de sua...



