Pensei que era castigada pela palavra; não, não era, era pelo que ela representava.
* * *
Trago um recorte do mais recente livro de Raimundo Carrero, Colégio de Freiras, tão pequeno e tão encorpado. Denso até umas horas. Trago pela razão típica desse mundo atravessado pelas redes sociais. Das palavras fortes, fortes ou rudes?
Rudes ou fortes?
Diz a personagem Vânia no recorte: Pensei que era castigada pela palavra; não, não era, era pelo que ela representava.
Eu li por aí, acho que é de Jean Paul Sartre, não nesta ordem, mas no significado: As palavras têm consequência.
Hoje, mais do que nunca, com a velocidade das redes sociais é tanta gente arrotando, bem que poderia ser vomitando palavras, sem se preocupar com as consequências e, o pior dos fenômenos, há inúmeras pessoas que que sequer lêem o que está escrito, basta vir de algum conhecido já espirra no ventilador.
Voltando ao pensamento da personagem Vânia: Palavra, pelo que ela representa.
Sabe, muitas pessoas, bem antes de agirem, em algum momento expressaram pensamentos malévolos.
Agora imagine!
Alguém tem um séquito ansioso para ouvir a sua palavra (uma revelação!!??) e é seguido nas redes sociais, dentre os seguidores a quem o admira. Tais revelações chegam como se autorizasse liberar toda a ruindade de dentro de si, depois dana-se a fazer maldades com outras pessoas.
Todos sabemos: palavras machucam.
Quem estimula outro a agir, no mais das vezes sai ileso, para àquela pessoa que agiu a palavra tem enorme consequência, ainda mais, para a vítima.
Já pensou que se esse monte de gente que é atingida pela maledicência intencional ou inconsequente resolvesse, em vez de se vitimizar, ir atrás do agressor?
Ainda bem que ainda resta alguma civilidade no Brasil.
Abraço,
Marconi.
(*) João: 1.1
