terça-feira, 27 de agosto de 2019

Saudade à prestação


         Zefinha, Cida e Tonca (filha de Zefinha e Basto)

Você prefere uma saudade matadora ou uma saudade à prestação?



Lá pelo distante 1995, precisamente em 15 de agosto eu cheguei em Maringá - Paraná, era um dia quente, contraditório para mim, crente, piamente acreditando que encontraria um dia torando de frio, estava com 30 graus. Dia 16 eu entrava, como gerente geral do Banco do Brasil, no prédio da agência de Barbosa Ferraz, Paraná e fui descobrir que eu era visto com o biotipo baixinho e de cabeça chata, bem, virei O Nordestino Big Size (título de uma crônica).

Tudo era novo, toda novidade era possível. Eu olhava atentamente para todo o que via, a geografia, o plantio que parecia não ter fim foi o que primeiro chamou a minha atenção, também carregava nos meus ombros o recado do meu chefe, contrariado por ter perdido a indicação de quem seria o gerente daquela agência. Talvez, talvez carregasse em sua alma todo o preconceito contra o nordestino, então aquele saco que poderia ser um fardo foi um alerta. Olhe o que ouvi: Aqui é assim, se em seis meses não der certo volta do mesmo jeito para lá (o nordeste). Até pensei naquele dia, "o que é isso, não dei em minha mãe." 

Quatro meses depois eu fui buscar a minha família em Curitiba e os levei para Barbosa Ferraz, aqui começou um convívio intenso e amigo. O caseiro da AABB  nascido em Palmeira dos Índios-AL e estava lá desde 1959, a sua esposa, paulista, era filha de cearenses.

Em pouco tempo, minha esposa já tratava Zefinha como a "minha mãe paranaense". Ela e Basto foram inestimáveis para a nossa adaptação naquele começo no Paraná. Cuidaram dos nossos filhos com todo o carinho e atenção. 

Neste mesmo período travamos amizade com outra família, Madalena e Adão. Amizade perene como a de Zefinha e Basto.

Saí de Barbosa Ferraz para poder estudar, de lá seguimos para Terra Boa e o convívio sumiu e os contatos foram ficando cada vez mais demorados, até que se encerrou, aí a internet religou Madalena e Zefinha com Cida, minha esposa.

Em 2003 eu voltei para Pernambuco, os filhos uns meses depois e Cida voltou no final do ano. Em 2004 foi a última visita que fizemos ao Paraná. Mais de 15 anos.

Tivemos amizades intensas nas três cidades que moramos no Paraná, Barbosa  Ferraz, Terra Boa e Araruna. 

Tivemos jantares, almoços,  caronas,  uma enorme atenção e carinho sem fim e uma saudade de todos matadora. 

Não posso esquecer dos inúmeros amigos e amigas que Cida fez com os colegas da faculdade em Cianorte, os quais nos receberam imensamente bem neste retorno. Algumas pessoas das três últimas cidades citadas já nos encontramos desde que saímos de lá, menos a turma de Barbosa Ferraz. A fotografia que ilustra esta crônica espelha o carinho e o afeto que temos por aquelas pessoas amadas.

Até que um convite para um casamento da filha de outro casal muito amigo, Maris e Sérgio nos tirou do imobilismo. 16 anos depois da nossa saída a gente voltou para o Paraná e fomos rever amigos muito queridos, com uma inadimplência feroz, pagamos a primeira prestação dessa saudade.



Abraço,
Marconi 



quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Impasse na CASSI - Uma interpretação

Resultado de imagem para ilustração do confronto
Fonte: educacaofisica.seed.pr.gov.br


No ano passado por ocasião da primeira consulta para alteração do estatuto visando, como foco primordial, ajustar o modelo de custeio da CASSI um grande movimento de oposição se gestou com a adesão de viés espontâneo espalhada pelo Brasil inteiro.

Eu participei do primeiro Não ao fazer uma análise com profundidade das alterações propostas para o estatuto, descobri e revelei por meio desta Crônica na Sexta algumas armadilhas para os associados.

Ao ouvir uma explicação naquela oportunidade de uma autoridade da CASSI, quase por acaso eu notei uma discrepância entre a forma de comunicar a necessidade da medida de alteração do modelo de custeio e a projeção dos resultados financeiros após a implantação das alterações. Tal situação gerou dúvidas, para aclara-las eu fui estudar a parte financeira que projetava um horizonte curto de solução, aí incluído um valor expressivo de redução de despesas sem que um plano para tal fosse mostrado. Havia um descompasso enorme neste aspecto.

 A conclusão que cheguei ao terminar esta parte da análise foi: Tem furo naquelas contas. Por causa dessa percepção todo o resto ficou sob suspeição, então me dediquei a estudar todo o estatuto e a proposta de sua alteração, me utilizei dos recursos intelectuais e da internet para fazer as interpretações. Empreguei como apoio na análise a metodologia científica Análise de Conteúdo, um método aprimorando pela cientista francesa Laurence Bardin que estuda ao longo de um período escolhido um grupamento de comunicações formais e/ou não formais.

 Foi quinze dias de dedicação exclusiva, cujas anotações em resumo eu inseri em duas crônicas.

Dois pontos ficaram patentes na campanha 2018, todo o foco da comunicação foi para o aspecto financeiro, o aspecto legal, de grande relevância esteve propositalmente desfocado. O segundo ponto, a tática ou estratégia do confronto, quanto mais briga, menos se discute o essencial e assim se prosseguiu até sair o resultado final. O filtro comunicativo foi uma marca daquela "campanha" pelo Sim.

O tempo passou, as dificuldades no gerenciamento da CASSI só cresceram, então, me parece, todos os recursos tecnológicos, de gestão, de negociação foram efetivamente sendo colocado em prática e aquele resultado de economizar que parecia apenas uma promessa de campanha começou a acontecer.

Então veio a segunda consulta (2019), as "pegadinhas" das alterações estatutárias também apareceram. Lembro ter pedido a um amigo que me enviasse a proposta do novo estatuto antecipadamente para eu fazer uma leitura. Bem, tal proposta só foi divulgada quando a campanha estava aberta e aí, muitos foram em cima do que estava escrito e fizeram outra campanha pelo Não.

 Dias depois do resultado ter sido divulgado em maio deste ano eu conversei com um colega sobre as duas campanhas, lembro que disse-lhe na ocasião que interpretava o resultado da segunda "derrota do sim" como uma herança pela forma como a campanha da primeira tentativa de alterar o estatuto havia sido conduzida e, que, por causa dela se desenvolveu uma desconfiança cavalar nos associados para tudo que vinha dos gestores da CASSI que se comunicavam conosco, especialmente pela leitura corrente que as propostas apenas atendiam aos interesses do Banco do Brasil.
      
Uma das minhas interpretações para o fracasso das consultas é que a diretoria eleita meses antes da primeira consulta em 2018 colocou a sua cara no projeto e, possivelmente, não se inteirou do conteúdo da proposta a ser apresentada naquela ocasião. Levando-me a interpretar que acreditou que o seu capital político conquistado na citada eleição lhe daria respaldo para bancar as alterações estatutárias além da mudança do modelo de custeio.

Senti na ocasião que havia um clima favorável para rever o modelo de custeio, me pareceu que esta medida corria quase consensual na consulta de 2018 e porque em 2019 houve contestação deste "consenso"? 

    Não tenho resposta.

Abraço,
Marconi Urquiza

      

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Doente de Banco


Neste semana li um artigo cujo título me fez voltar 13 anos em minha vida. Parte de um tempo que eu vivi, adoeci sem reconhecer que estava doente e em que muitos outros funcionários também adoeceram, estávamos doentes de Banco do Brasil. Penso que esta realidade perdura, talvez até mais agravada pelo Plano de Adequação de Quadro em curso.

     O artigo do Eliane Brum, "Doente de Brasil", catapultou minhas recordações.

   Neste tempo eu gerenciava a agência do Banco do Brasil de Igarassu e vivia sob uma intensa, também sub-reptícia pressão e medidas da superintendência que eu apenas intuía, sem ter a clareza dos fatos eu tateava na busca por compreender uma realidade que estava além de mim, na busca agoniada para me defender.

     Um dia, me sentindo péssimo, eu fui no médico da CASSI, na consulta eu falei ao médico que me assistia: O Banco do Brasil é uma empresa doente. Disse e repeti. Ele se calou, mas a sua expressão falou mais que qualquer comentário: O seu ceticismo doeu em mim.

     Sim, eu adoeci. Meu corpo se consumia pelo medo.  Minha mente rodava desesperada,  minha alma estava dilacerada, minha produtividade em queda e minha autoconfiança na lona.

     Só quando sai do circuito dos gerentes gerais é que me dei conta quanto eu estava bem doente. Fui procurar tratamento psicológico para sair do círculo nocivo impregnado em minha mente pelo o ambiente tóxico do trabalho. Levei anos até aprender novamente a neutralizar os efeitos de ações para as quais eu nada poderia fazer. Em grande parte fui bem sucedido na busca pela sanidade mental.

     Os anos passaram e eu havia esquecido do recado de um médico,  Dr. Paulo, de Terra Boa, Paraná. 1998 ou 1999. Ele fez o exame periódico de saúde na agência e me deixou por último.  Quando entrei na sala ele nem me examinou, de imediato disse que todo mundo na agência estava no limite e deu o seu recado.  Se um adoecesse seria como a queda de uma fileira de pedras de dominó e que eu deveria cuidar disso e mudar a forma de gerenciar, se não; ficaria só.

     Imagina ser o amortecedor de uma pressão que vinha desde o eterno. Sim, eu fiz.  A fala do Dr. Paulo me levou mudar a minha forma de agir, transformou em mim o modo costumeiro de gerenciar as pessoas na empresa, de aliar ao modelo de alto desempenho a ação mais humana e compassiva, de dialogar e construir juntos as soluções, de me interessar pelos problemas das pessoas. 

     Veio 2013, 2014 e parte de 2015.

     Eu era apenas um observador experiente e esse adoecimento ocorreu como previu Dr. Paulo. Agamenon Magalhães, em Recife,  de uma agência que esbanjava felicidade, passou a esbanjar adoecimento laboral.

     Gente com licença médica,  gente tomando medicamento controlado, sorriso de menos, agressividade de mais. A alegria deu adeus e não voltou mais, mas o bullying retornou arrasador.

     Estávamos Doentes de Banco do Brasil.

    Mas tal contexto não é uma exceção, apenas não nos damos conta, como indica o artigo Doente de Brasil, cujo link anexei.

     Tem mais, conheça sobre a Síndrome de Bournout e defenda-se antes que a queda na sua produtividade justifique as medidas que o ambiente de trabalho tóxico já tem em sua cartilha. 

Abraço.
Marconi.

Artigo de Eliane Brum, jornal El Pais.com/Brasil.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

O vazio do Whatsapp

     Devo estar em mais de 10 grupos de Whatsapp.  Alguns imensos,  alguns familiares e alguns poucos pequenos.

     Há muitos meses que não olho as postagens com afinco, é só uma vista superficial.  As vezes algumas discussões interessantes começam,  mas em algum momento um ser destila alguma raiva e tudo entorna, torna-se uma conversa múltipla que poderia ser frutífera em um oco de sentidos.

     Mesmo assim fico olhando várias vezes por dia para tais grupos, como se ansiasse para uma assunto alvissareiro,  um sopro que irrigasse meu espírito de luz.

     Hoje eu estava sentado,  havia colocado o celular na outra cadeira.  Corrigia parte de um texto longo, de repente me lembrei do celular ali ao lado, quase ao mesmo me lembrei do Whatsapp e a sensação de vazio veio na mesma fração de segundos.

     Veio como um questionamento: O que ali vejo me acrescenta?

Abraço,
Marconi Urquiza

    
   

    

quinta-feira, 16 de maio de 2019

O Chile é agreste

Hoje vou comentar dois assuntos que me chamou a atenção nestes dez dias aqui no Chile.

O primeiro é  sobre a gestão hídrica.
    A paisagem no frio fica cinzenta, as plantas perdem as folhas e ficam apenas os galhos e o caule nus.

    Nesta época do ano o Chile se aproxima forte do inverno. Durante os nossos passeios por aqui mais que ver paisagens afetadas pelas temperaturas baixas,  me pareceu que todo o Chile, menos a Patagonia, que não vi, é um imenso sertão.  Em Santiago chove meros 200 mm, cerca de 12 dias de chuvas por ano.

     A captação de água por aqui vem, quase toda,  do desgelo.

     Enquanto a van corria as estradas eu fiquei olhando ao redor em busca de alguma floresta,  pequena que fosse.  Não vi nenhuma. Segundo um dos guias, todas as árvores que cresceram nas cidades são originárias de outros países.

     Aí veio o pensamento de querer saber como eles cuidam dos recursos hídricos. 

     Em um dos passeios fomos  visitar uma barragem a 2.400 metros de altitude, que capta as águas do desgelo da Cordilheira dos Andes.

     Salvo engano, chove menos aqui que a média de chuvas no Nordeste. Não só com Israel,  creio que o Chile possa oferecer lições aos gestores hídricos do Brasil.

O outro assunto é sobre uma reforma da previdência que tramita no congresso chileno.

    A discussão está renhida, o parlamento reclama que o canto do cisne é igual ao da era Pinochet, apesar de não citarem seu nome, e é esse sentimento que se expressa nas críticas ao projeto do presidente Piñera para mudar a previdência atual. Da mal afamada capitalização.

    Os fatos citados aí no Brasil,  como aqui, é  que vem há mais de 30 anos empurrando a renda dos aposentados para baixo  a ponto de provocar muitos suicídios entre eles por falta de recursos para uma sobrevivência mínima.

    A situação atual no Brasil exige Olhos e Mentes Abertas para não se deixar levar por uma discussão posta pelo raciocínio de quem quer direcionar os nossos pensares.

Abraço, 
Marconi Urquiza

sexta-feira, 10 de maio de 2019

A boa impressão do deserto

O que um deserto poderia ensinar,  é o que estou tentando entender.

     Quando o avião passou da metade da viagem, vindo de Santiago do Chile, começamos a ver uma terra seca à perder de vista. Terra seca, nenhum pé de qualquer planta.

    Saímos do aeroporto de Calama (Chile) e comecei a olhar a paisagem.  Metade igual, metade diferente.  A primeira metade; uma imensa planície; a segunda metade,  montanhas; para ficar tudo igual; um imenso deserto. Estávamos no Atacama.

     Entramos em San Pedro de Atacama, um pequenino, pequeníssimo oásis regado pelas águas do desgelo. A Cordilheira dos Andes está a um beiço de distância.  Vi até os contrafortes dessa imensa cadeia de montanhas.

     A cidade, na parte turística é propositalmente rústica,  de terracota, arenito.  Daquele barro amarronzado. Todas as resistências e prédios comerciais têm a mesma tonalidade ocre.

    Nos bairros já há ruas pavimentadas,  parecendo uma cidade normal.

    Alguns trechos desse deserto me fizeram recordar partes de Pernambuco,   na região de Betânia e no Rio Grande do Norte, após Macaíba, até as proximidades de Assu. Onde praticamente só se vê o solo pedregoso ou desnudo e nenhum pé de gente.  Muitas vezes se avista,  de gente viva, só alguns bodes entrincheirados nas encostas de pedras à procura de comida.

    Aqui no Deserto de Atacama não tem nada, mal se olha para alguns arbustos,  bichos, nenhum à  vista. Dentro da cidade o maior rebanho é o de cachorros de rua. Mansos, gordos e cevados pelos vizinhos.

     Mas tem uma situação que gostaria de estudar. No meio do imenso Salar de Atacama se criou um roteiro turístico de sucesso.   Brasileiro aqui dá na canela, estrangeiros de outros países também.

    É o turismo da rusticidade,  de aventuras,  de trekking, das visitas aos vulcões e de conforto mediano.

     Esse roteiro turístico é azeitado. Vários hotéis, restaurantes, hósteis, uma quantidade enorme de vans para dar suporte as dezenas de passeio.  Dá até para identificar  ações do Chile ou da província de El Loa nos cuidados com as estradas não asfaltadas, as que levam às opções turísticas.

    Resta saber se San Pedro de Atacama se criou sozinha e só  depois recebeu o apoio governamental, tal como ocorreu com balneário de Porto de Galinhas em Pernambuco, ou foi uma criação de uma estratégia magistral de governo para propiciar o auto sustento para uma população que demandaria recursos públicos em várias frentes e ainda obter receitas com os impostos através do turismo?

     Pelos menos para mim, em San Pedro de Atacama se criou um modelo de economia local, talvez regional, difícil de imaginar que teria tanto sucesso.

Abraço, bom final de semana.
Marconi Urquiza
  
    
    

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Uma interpretação difícil. Invenção de Orfeu

Invenção de Orfeu, este é o titulo do poema épico do alagoano Jorge de Lima. É um único poema do
livro homônimo.


Comprei um da primeira  edição de uma coleção (ex-libri) desmanchada. R$ 5,00. O frete ficou mais caro.

Estava motivado por um dos programas Globo News Literatura da série Cidades Literárias.   Neste programa apareceram Quebrangulo, Palmeiras dos Índios,  União dos Palmares (Onde nasceu Jorge de Lima) e Maceió. Estas cidades ficaram ao lado de outras tantas renomadas: Rio de Janeiro, Nova Iorque, Londres, Buenos Aires, Santiago. 

Todas eles tem algo em comum. Grandes escritores nasceram, ou nasceram e viveram; ou apenas viveram a maior de sua vida. Não por coincidência, pois o Rio de Janeiro atraia a maioria dos escritores de renome desde o império até o fim da cidade como capital do Brasil. Graciliano Ramos e Jorge de Lima viveram nela.

Você não sabe como fiquei feliz que ao ligar a TV no programa fui vendo as imagens de Quebrangulo, onde nasceu Graciliano Ramos, com o andamento dos programas Palmeiras dos Índios, União dos Palmares e Maceió foram aparecendo, das quatro só não conheço União dos Palmares.  Reconheci as ruas estreitas de Palmeiras e de Quebrangulo e por causa desta cidade eu viajei nas minhas recordações para rever quando vi pela primeira vez a linda fazenda da família Goes e até o palacete que hoje é a prefeitura da cidade, salvo engano, foi da família Felino Tenório.

No mínimo eu me empolguei, do Velho Graça eu já havia lido vários livros, mas de Jorge de Lima nada, apenas ouvi na TV, de modo fugaz, uma linda estrofe de um poema dele. Por causa dessa lembrança e comprei o seu livro mais famoso: Invenção de Orfeu. 

Aí chegou o livro, capa de couro, soltando a tinta marrom. Edição de 1952. Comecei ler.

A leitura não foi fácil.  Pouca rima. Uma linguagem para iniciados em outros poemas épicos.  Em alguns momentos interpretei que se referia a epopeia da história brasileira desde antes do descobrimento. Grosso modo: dos heroicos portugueses aos bandeirantes desbravadores.

No meu caso, quando leio algum poema ou poesia eu busco a musicalidade, então saí procurando as rimas, há bem poucas , até que esbarrei nesta estrofe:

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.


Animado eu  prossegui lendo várias estrofes, mas em certo momento o que lia não fazia nenhum sentido para mim e eu não achei mais nenhuma estrofe musical, teimoso, continuei lendo até metade das 400 páginas, terminei parando. 

Parei, mas sobrou uma dúvida, uma questão de interpretação.

Anotei: "Um copo de mar ..." Me pus a interpretar, quando um indivíduo se lança em uma epopeia ele vai por qual motivo?

Então,  como interpretar esta parte do poema?

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.

Vou ajudar para encontrarmos uma resposta, trata-se do que:

Esperança ou perseverança?

Sei que a resposta não é simples, vou colocar um link desta parte, quem sabe ajudará a encontrarmos uma resposta.


Abraço, Marconi Urquiza












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